Atualmente, cerca de 11 mil pessoas em Roraima estão cadastradas no banco de dados do Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). Por isso, na semana do doador voluntário, o Hemoraima (Centro de Hemoterapia e Hematologia de Roraima) faz o chamamento à sociedade para aumentar o número de doadores de sangue e de medula óssea.
A medula óssea desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das células sanguíneas, combatendo algumas doenças como linfomas e a leucemia, que afetam as células do sangue, prejudicando o funcionamento e colocando vidas em risco.
De acordo com a gerente do Núcleo de Captação do Hemoraima, Juliane Uchoa, a medula óssea é retirada do osso do quadril, e não da coluna como muitas pessoas acham. “Para o transplante o doador recebe uma anestesia e retira-se um volume de medula de no máximo, 15%. Esta retirada não causa qualquer comprometimento à saúde e, dentro de duas semanas, a medula óssea do doador estará inteiramente recuperada”, destacou.
O transplante de medula óssea é um dos principais tratamentos para curar as doenças que afetam as células do sangue, e pelas características genéticas do sistema HLA (sigla em inglês que significa Antígenos Leucocitários Humanos) a chance de compatibilidade é de 30% entre irmãos e muito menor entre pessoas desconhecidas, por isso é importante que novas pessoas façam o cadastro.
Sidney Rocha, 48 anos, é doador de sangue e sempre teve interesse de fazer parte da rede nacional. “O desejo aumentou quando li sobre as primeiras pesquisas de células-tronco e a capacidade delas de salvar vidas, então resolvi entrar no cadastro nacional para um dia realizar essa doação, se for necessário, pois salvar uma vida é muito mais importante do que qualquer tabu”, disse Sidney.
COMO SE CADASTRAR – Para fazer o cadastro não há segredo. A pessoa interessada deve comparecer ao Hemoraima portando um documento original com foto, preencher um formulário e coletar uma amostra de 5ml de sangue. É preciso ter mais de 18 anos e pode doar até os 55 anos de idade, estar em bom estado de saúde, não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite), não apresentar história de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide).
“Se o doador voluntário for compatível com algum paciente, o procedimento é realizado fora do Estado, em um hospital especializado. Nosso objetivo é fazer com que Roraima tenha um banco cada vez maior e assim possamos contribuir ainda mais”, enfatizou Juliane.
Diogo Cunha que esteve no Hemoraima recentemente para realizar uma doação de sangue, aproveitou para fazer parte dessa corrente do bem. “Os profissionais esclareceram todas as minhas dúvidas sobre o transplante e agora sei que não prejudica a saúde de quem doa, e agora vou procurar estudar e conhecer mais sobre o assunto, para assim compartilhar informações com mais pessoas e aumentar essa corrente do bem”, acrescentou.