Saúde e Bem-estar

Câncer de mama é o mais comum e o que mais mata mulheres

O Câncer de mama, um dos mais temidos pelas mulheres, atinge 10,5% da população e, segundo estimativa do INCA, 74 mil novos casos são previstos por ano até 2025. 

Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo.

E os números da doença crescem a cada ano. Segundo a nova estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) do Ministério da Saúde, divulgada na última quarta (23), entre 2023 e 2025, serão diagnosticados, no país, 704 mil casos novos da doença a cada ano do triênio. 

O tumor maligno com maior incidência no Brasil segue sendo o de pele não melanoma, com um total de 31,3% do total de casos. A chefe da Divisão de Vigilância e Análise de Situação, da Coordenação de Prevenção e Vigilância do INCA, Marianna Cancela, explica os motivos da alta incidência no país. 

“Essa incidência é maior aqui no Brasil porque nós vivemos num país tropical e as pessoas estão sujeitas à exposição solar com mais intensidade do que em outros países. Então, basicamente, a prevenção do câncer de pele é evitar exposição solar e utilizar o filtro solar quando estiver se expondo.”

O Câncer de mama, um dos mais temidos pelas mulheres, atinge 10,5% da população e, segundo estimativa do INCA, 74 mil novos casos são previstos por ano até 2025. 

Segundo o INCA esse tipo de neoplasia ocupa a primeira colocação em mortalidade de mulheres por câncer no Brasil. Somente no ano passado, foram estimados 66.280 novos casos, com risco de 61,61 casos a cada 100 mil pacientes.

Para que o tratamento tenha eficácia, é necessário que a mulher fique atenta aos primeiros sinais, principalmente quando sente que há algum tipo de alteração na mama.


Yara Carneiro, de 66 anos, foi surpreendida com um diagnóstico de câncer de mama em 2006 (Foto: Divulgação)

A funcionária pública aposentada Yara Carneiro, de 66 anos, foi surpreendida com um diagnóstico de câncer de mama em 2006. Mesmo não tendo casos na família, ela acabou fazendo a descoberta da doença após perceber a existência de um nódulo em um de seus autoexames de rotina.

“Sempre que menstruava, eu fazia o autoexame no meu seio, e em um desses procedimentos acabei identificando um nódulo. Fui para Manaus e consultei o médico, fiz minha cirurgia e comecei o tratamento por lá e terminei depois aqui [em Roraima]”, afirmou.

Após enfrentar a doença e passar pelo devido tratamento, a aposentada conseguiu recuperar sua autoestima com a tão sonhada reconstrução mamária. O apoio dos familiares e amigos também foi fundamental nesse período.

“Após quatro anos e meio [da retirada da mama], eu fiz a reconstrução da minha mama e não tive mais problema com isso. Pude usar minhas roupinhas de alça, colocar um biquíni, voltei a minha vida de antes. Minha maior força foi tanto minha família como meus amigos que nunca me abandonaram, até hoje tenho o carinho deles”, completou.

De acordo com o médico mastologista da Unacon-RR (Unidade de Alta Complexidade em Oncologia de Roraima), Anderson Dalla Benetta, é recomendado que mulheres façam a mamografia anualmente, a partir dos 40 anos de idade. O objetivo é identificar precocemente lesões na mama, assim o tratamento poderá ser menos agressivo e a chance de cura mais alta.

“Atualmente as mulheres têm chegado à unidade com tumores cada vez mais precoces e os tratamentos felizmente estão sendo muito mais eficazes, menos agressivos e menos mutilantes. Com isso, conseguimos garantir uma melhor qualidade de vida para as pacientes”, completou o especialista.

UNACON-RR

A Unacon-RR (Unidade de Alta Complexidade em Oncologia de Roraima) é a unidade referência no tratamento do câncer para todas as neoplasias de pessoas adultas no Estado.

Por lá, a paciente tem acesso a uma gama de serviços, como uma equipe multidisciplinar bastante ampla, formada por fisioterapeutas, assistentes sociais e nutricionistas, entre outros.

Ao todo, 104 pacientes deram entrada este ano na unidade para iniciar tratamento contra a doença. Além de cirurgia, a Unacon-RR também oferece sessões de quimioterapia quando necessário.

A Unacon-RR está situada dentro do HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento), que fica na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, nº 1.364, bairro Aeroporto.