Roraima conta com dois casos confirmados de febre amarela no Estado, ambos importados da Guiana. Para impedir novos registros da doença, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que tem reforçado as ações de proteção e controle, inclusive em contato com as autoridades do País vizinho.
Os dois casos confirmados no Estado, em 2024, são de pacientes de comunidades indígenas da região de Lethem, na Guiana. O primeiro foi registrado em março deste ano e o segundo, em outubro.
Segundo a Sesau, após o diagnóstico, os pacientes passaram por exames no Hospital Geral de Roraima (HGR). Um deles já recebeu alta após ser curado. O outro segue na unidade, mas de acordo com a pasta, “em bom estado geral”.
O último registro de caso autóctone do Estado havia sido em agosto de 2023, no Município de Rorainópolis, região Sul de Roraima.
Conforme o Ministério da Saúde, a febre amarela é uma doença infecciosa com elevada letalidade nas suas formas mais graves. A doença é causada por vírus transmitidos por mosquitos e pode causar sintomas como febre alta, icterícia, hemorragia e eventualmente choque e insuficiência de órgãos.
O tratamento é feito de forma sintomática, com assistência médica. A maior forma de prevenção à doença, segundo recomendação da pasta, é a vacinação.
Sesau afirma que ações de controle foram intensificadas desde ano passado
Com os dois casos confirmados em 2024, a Sesau explica que vem reforçando as suas ações de controle para impedir novos registros da doença. No entanto, o relato é de que as atividades foram intensificadas desde o ano passado.
Normalmente, de acordo com o Núcleo de Controle da Febre Amarela e Dengue, as ações de vigilância da doença são de rotina, envolvendo análise da cobertura de vacinas e vigilância de epizootia. Porém, desde 2023, devido à ocorrência do caso confirmado que veio a óbito com local de infecção no Município de Rorainópolis, corroborado pelo primeiro caso importado em 2024 da Guiana, as atividades foram intensificadas.
As ações incluem treinamentos para os profissionais médicos e enfermeiros com relação à sensibilidade e ao manejo clínico dos pacientes sintomáticos, micro planejamento e intensificação da cobertura vacinal para febre amarela nos municípios e fronteiras, além de treinamento para vigilância de epizootia voltada aos profissionais de saúde dos municípios.
“Foram realizadas ainda reuniões com as autoridades de saúde de Lethem e equipe de Saúde do Estado, do Ministério da Saúde e da Organização Panamericana de Saúde”, completou a pasta.
Além disso, o Governo de Roraima informou que vem alertando a população que não tem comprovação vacinal contra a febre amarela para que busque uma Unidade Básica de Saúde para se vacinar.
Outra recomendação é para que pessoas que não tiverem vacina evitarem ir a Lethem antes de receberem a dose de imunizantes contra a doença. “Nesses casos, o ideal é tomar a vacina até 15 dias antes de se deslocar para áreas com casos confirmados de febre amarela”, acrescentou a Sesau.
Boa Vista
A Folha solicitou da Prefeitura de Boa Vista informações sobre o combate à doença na rede municipal da cidade, mas não recebeu retorno até o fechamento da reportagem.