Cerca de 29% das famílias adiaram a vacinação dos filhos durante a pandemia. Dados são de pesquisa inédita realizada pelo IBOPE. Levantamento também apontou que 50% dos pais de crianças de 3 a 5 anos deixaram de realizar consultas de rotina com o pediatra durante o isolamento social
A queda na cobertura vacinal durante a pandemia não é uma exclusividade brasileira: o fenômeno é mundial. A Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou como alarmante o declínio do número de crianças e adolescentes
vacinados em todo o mundo e alertou para o risco de que sejam perdidas as conquistas de proteção vacinal desta parcela da população2.
No Brasil, quando o assunto é saúde infantil e proteção contra as doenças infecciosas mais frequentes na infância, o levantamento realizado pelo IBOPE revela que 29% dos pais adiaram a vacinação dos filhos após o surgimento da pandemia. Destes, 9% planejam levar os filhos para vacinar somente quando a pandemia acabar. As regiões Norte e Centro Oeste destacam-se da média: 40% das famílias atrasaram a imunização. A pesquisa, que ouviu pais das classes A, B e C, aponta que os atrasos ocorreram em todos os estratos sociais.
Ao mesmo tempo em que o isolamento e a limitação na circulação de pessoas reduz a transmissão do novo coronavírus e de outras doenças, a diminuição da cobertura vacinal pode colocar em risco a saúde de todos, especialmente frente à atual situação epidemiológica do sarampo, da febre amarela e da coqueluche.
Sem consultas de rotina
As consultas de rotina também ficaram em segundo plano. Entre as famílias entrevistadas, 44% deixaram de realizar o acompanhamento dos filhos com o pediatra e o valor chega a 50% entre os pais de crianças de 3 a 5 anos. Por outro lado, 15% famílias viram a telemedicina como uma alternativa para não ficar sem acompanhamento médico durante a pandemia. No total de pais e mães entrevistados, 38% relataram que o pediatra não deu nenhuma orientação sobre vacinação durante a pandemia. Por outro lado, no Nordeste, 43% dos pais afirmaram que o pediatra reforçou a importância da vacinação durante a pandemia, enquanto a média geral foi de 34%.
Pediatra orienta os os pais devem se certificar se o posto de saúde oferece todos os cuidados para a não proliferação da covid
Para a médica, é importante focar na manutenção da saúde das crianças, respeitando as autoridades sanitárias no isolamento social, higiene adequada das mãos, uso de álcool gel e também não esquecendo o cumprimento do quadro vacinal regular
“As vacinas protegem a saúde infantil e continuam sendo oferecidas pelo SUS, gratuitamente, nos postos de saúde. Criança com o calendário vacinal completo tem sua saúde protegida e se defende melhor das formas graves das doenças que podem ser prevenidas evitando internações e sequelas” disse Ana Carolina.
A orientação da médica é que os pais devem se certificar se o posto de saúde oferece todos os cuidados para a não proliferação da covid.
Todos os funcionários devem usar máscaras, mãos higienizadas com água e sabão e álcool gel antes e depois de cada procedimento, não deve haver aglomeração de pessoas e o acesso à sala de vacinas deve ser imediato às crianças.
Vacinar é proteger e um direito de todas as crianças e não deve ser adiado ou esquecido por ocasião da pandemia viral. Além disso, o pediatra deve ser consultado no caso de dúvidas que os pais sintam” finalizou.