O ato de piscar é definido pelo ato de fechar e abrir os olhos. Sua frequência normal é de 12 vezes a cada minuto. O oftalmologista Marcelo Moreira de Oliveira explica que o fenômeno complexo é afetado por vários estímulos internos e externos.
“Fatores individuais como idade, sexo, ciclo menstrual, visão, estado mental, estado emocional, concentração e fadiga são alguns dos fatores relacionados ao ato de piscar. Existem também os fatores ambientais como temperatura, umidade, iluminação e ruído também têm importância” relatou.
Segundo o médico, o piscar intenso, nem sempre tem como causa, a situação neurológica ou psiquiátrica do paciente. “Essa condição pode surgir em razão do uso de substâncias estimulantes (café, energéticos), consumo excessivo de medicamentos, espasmos nos músculos próximos aos olhos provocados pelo cansaço, alterações oculares (olho seco, conjuntivite, estrabismo intermitente), presença de algum corpo estranho (cílio, detritos) e até sequelas de cirurgias oculares e palpebrais” explica.
O piscar excessivo em raras ocasiões pode levar a uma inversão da pálpebra inferior e toque dos cílios no olho, ocasionando lesões. Porém, mais frequente é o ato de piscar exageradamente ser uma consequência de alguma alteração.
Lubrificação ocular
Para a oftalmologista Eloisa Klein, o ato de piscar é imprescindível para uma boa visão, já que é responsável pela lubrificação dos olhos. “O excesso de piscar pode indicar deficiência na lubrificação ocular, a qual pode causar ardência e vermelhidão nos olhos, assim como embaçamento da visão. Estas queixas têm sido mais frequentes, especialmente em situações de abuso de dispositivos eletrônicos associados ao uso de ar condicionado ou ventilador. Pode ainda ser causado por abuso de substâncias estimulantes, como cafeína e cocaína, ou por alterações neurológicas como blefaroespasmo essencial e síndrome de Tourette” explica.
Tratamento
Para controle do problema é importante identificar a causa. Uso de óculos, lubrificantes oculares, toxina botulínica , psicoterapia são algumas das opções terapêuticas.
“É importante que todo indivíduo que manifeste piscar excessivo procure um médico para avaliação. Inicialmente, é recomendado buscar o médico oftalmologista, o qual irá investigar problemas oculares como déficit visual ou do aparelho lacrimal. Caso este profissional confirme o piscar excessivo, mas não encontre problemas oculares, ele encaminhará para outros profissionais para investigação como o médico neurologista, por exemplo” explica o oftalmologista.
Por Raísa Carvalho