O Brasil perdeu 36.331 vidas nesta pandemia de pessoas com obesidade, fator de risco para o agravamento de quadros da Covid-19. Em Roraima, a obesidade é a terceira principal comorbidade associada aos óbitos pela doença, ligada a 11,2% dos óbitos, o equivalente a aproximadamente 200 pessoas, conforme dados do Boletim Epidemiológico emitido diariamente pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau).
Para tentar diminuir este índice em todo o país, o Ministério da Saúde classificou a cirurgia bariátrica como um dos procedimentos eletivos essenciais. A operação deverá ser priorizada na saúde pública a contar do começo de julho, quando a recomendação foi publicada no documento Diretrizes da Atenção Especializada no Contexto da Pandemia de Covid-19, do Governo Federal.
Os principais fatores de risco relacionados aos óbitos por covid são as doenças preexistentes hipertensão e diabetes. A diferença é que no caso da obesidade há risco maior de morte em pessoas com menos de 60 anos.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) alerta, no entanto, que o procedimento não deve ser tratado como uma questão estética, e sim como um procedimento de saúde, adotado em casos de obesidade mórbida.
“O paciente obeso mórbido possui uma incidência elevadíssima de morte precoce. 70% dos pacientes obesos mórbidos vão morrer antes dos 50 anos de idade, e vão morrer porque possuem hipertensão grave, diabetes, câncer de mama, câncer de endométrio, câncer de colo, vão morrer de apneia do sono, ou vão desenvolver insuficiência cardíaca, enfim. São mais de cinquenta doenças associadas.”, disse o presidente da Sociedade, Fábio Viegas.
Pesquisa projeta que 20% da população tem algum grau de obesidade
Roraima registrou um percentual de 20% de prevalência com a doença, pelo que constatou a Vigilância de Fatores de Risco (Vigitel) de 2018. A pesquisa telefônica é realizada com maiores de 18 anos, nas 26 capitais e no Distrito Federal, sobre diversos assuntos relacionados à saúde.
Considerando os cerca de 605 mil habitantes do Estado, número registrado em levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, constata-se que 120 mil pessoas têm esta condição em Roraima.