Assim como todo o organismo, o cérebro também depende de bons nutrientes para ter um ótimo funcionamento. Nas idades mais tenras, então, uma boa alimentação é algo fundamental. Isso se dá porque a falta de nutrientes na infância compromete todo o sistema cognitivo para o resto da vida. Entre os principais alimentos necessários para o bom desenvolvimento infantil, está o leite materno, que deve ser mantido pelo menos até os 2 anos de idade. Outro alimento que pode ser muito importante na dieta infantil é o ovo, já a partir dos 6 meses de idade.
Apesar de parecer um alimento básico, muito por conta de ser razoavelmente acessível e por fazer parte do prato brasileiro padrão, o ovo é um alimento repleto de nutrientes importantes para a saúde do cérebro, como vitaminas A, D, E e também as do complexo B. Estas cumprem um papel importante, principalmente por fornecerem a matéria-prima para a produção de neurotransmissores.
A colina, vitamina presente no complexo B, tem um papel central no desenvolvimento cerebral da criança, em especial na área do hipocampo e do encéfalo frontal. Uma pesquisa feita na Universidade do Colorado, nos EUA, indica que a disponibilidade do nutriente tem efeito benéfico no funcionamento cognitivo da criança. Sua função é produzir acetilcolina, um neurotransmissor responsável por estabelecer a transmissão de impulsos do cérebro para os músculos.
A gema do ovo é rica no nutriente. Cerca de 470 mg são encontradas em uma unidade de ovo. Recomenda-se a inserção de uma unidade ao dia nas refeições das crianças. Seu preparo pode ser em forma de papa, para facilitar a ingestão.
Outra vitamina encontrada no ovo é a B12, fundamental para o funcionamento cerebral. Sua oferta por unidade é de cerca de 1 mcg, uma quantidade satisfatória frente aos 2,4 mcg recomendados pela Organização Mundial da Saúde para consumo diário. A B12 é responsável por revestir os nervos com a bainha de mielina, formando uma espécie de capa que o recobre. Também atua auxiliando no desenvolvimento neurológico, aumentando a quantidade de células nervosas.
A nutricionista Lúcia Endriukaite, do Instituto Ovos Brasil, reforça a existência de outros elementos como a luteína e a zeaxantina, que são carotenoides presentes na gema, que têm ação antioxidante na formação de radicais livres e que também protegem a bainha de mielina.
Segundo o pediatra Thiago Gara, do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco, em entrevista para a Revista Crescer, o ovo também conta com ácidos DHA e ARA. O DHA (ácido docosahexaenoico) é um ácido graxo do tipo ômega 3, e que, junto do ARA (ácido araquidônico), contribui para a saúde do sistema nervoso. O médico também orienta para o preparo cozido ou mexido, e não frito, e que leve pouco sal.
Já para os casos de famílias veganas ou vegetarianas que não incluem o alimento em suas dietas é importante que façam consultas e acompanhamento médico, para que possam suplementar as vitaminas do complexo B para que não haja nenhum prejuízo para a criança.