
Durante a Semana Santa, o consumo de peixe aumenta significativamente em todo o Brasil, impulsionado por tradições religiosas que recomendam a substituição da carne vermelha por alternativas mais leves. No entanto, restringir o consumo de peixe apenas a esse período pode significar a perda de importantes benefícios nutricionais oferecidos por esse alimento.
Valor nutricional do peixe
O peixe é uma excelente fonte de proteínas de alto valor biológico, sendo também rico em vitaminas A, D, E e do complexo B, além de minerais como ferro, cálcio, fósforo, iodo e selênio. Um de seus principais atrativos nutricionais é a presença do ômega-3 — um tipo de gordura saudável que ajuda a reduzir inflamações, proteger o coração e contribuir para a saúde do cérebro.
Além disso, o peixe possui geralmente menor teor de gordura saturada do que a carne vermelha, sendo considerado uma opção mais leve e adequada para uma alimentação equilibrada.
A importância do peixe na Amazônia
Na região amazônica, o peixe é muito mais do que um alimento: é uma base da cultura, da economia e da segurança alimentar das populações locais. Com uma biodiversidade aquática única, a Amazônia abriga mais de 2.000 espécies de peixes, muitas delas consumidas regularmente pelas comunidades ribeirinhas.
Espécies como tambaqui, pirarucu, jaraqui e tucunaré fazem parte do cardápio tradicional da região e possuem alto valor nutricional. O pirarucu, por exemplo, conhecido como o “bacalhau da Amazônia”, é um peixe de carne branca e firme, rico em proteínas e com baixo teor de gordura.
Além do valor alimentar, o peixe também é peça fundamental na economia local, sustentando famílias inteiras envolvidas na pesca artesanal e na comercialização do produto em feiras e mercados regionais.
Comer peixe o ano inteiro faz bem
Incluir o peixe na rotina alimentar é mais simples do que parece. Pode ser preparado de diversas formas — grelhado, assado, cozido ou ensopado — e combina com uma grande variedade de temperos e acompanhamentos. Mesmo versões congeladas ou enlatadas, como atum e sardinha, podem ser boas opções, especialmente em regiões onde o peixe fresco é menos acessível.
O ideal é consumir peixe pelo menos duas vezes por semana, variando as espécies para aproveitar ao máximo os diferentes nutrientes que cada uma oferece.
Comer peixe apenas durante a Semana Santa é uma prática comum, mas que pode e deve ser expandida ao longo do ano. Com benefícios que vão da saúde cardiovascular à nutrição equilibrada, e com forte presença cultural em regiões como a Amazônia, o peixe é um alimento completo que merece espaço no prato de todos os brasileiros.