O estilo de vida moderno tem influenciado cada vez mais na saúde das pessoas. O consumo de comidas rápidas cresce, enquanto que o consumo de alimentos naturais cai.
Em Roraima, por exemplo, apenas 8,6% da população consome a quantidade mínima de frutas e verduras, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em 2019.
Para o nutricionista e terapeuta holístico, Maiky Lucena, isso é reflexo da praticidade e da dificuldade que as pessoas impõem, como o famoso ‘não tenho tempo’.
“A gente gosta de coisas práticas, então quando a gente começa a colocar dificuldades, por exemplo o, ‘ai eu não tenho tempo de cozinhar’, pegamos no mercado o que for mais prático. A ideia do prático é isso, te trazer doenças. Porque não tem como uma alimentação prática suprir [os nutrientes]. Por isso falo: ‘temos que desembalar menos e descascar mais”, explicou.
Conforme ele, o industrializado prejudica mais por conta dos conservantes, que tem função apenas de manter o alimento processado mais tempo na prateleira. E aliado ao descontrole da alimentação diária com a correria do dia a dia, a pessoa coloca recompensas alimentares.
“É aquele tipo de ‘passei a semana toda trabalhando muito e no final de semana eu quero comer duas pizzas’. Essas pizzas se tornam a recompensa. E esse tipo de pensamento, também relacionado com a forma que você alimenta, essa necessidade de trazer uma recompensa, é um reflexo de como estamos vivendo de uma forma tão desregrada”, disse o nutricionista.
A alimentação mais adequada, de acordo com Lucena, vai depender de pessoa para pessoa. Mas no geral o ideal é consumir alimentos naturais, principalmente frutas, verduras e legumes e ser criativo na hora de preparar.
“Tem que variar. Se eu gostar de comer, por exemplo, manga, banana e morango, e comer somente isso, eu terei somente os nutrientes dessas frutas. Eu preciso comer todas as outras frutas para ter aporte nutricional. A mesma coisa com as hortaliças”, disse.
Segundo o nutricionista, a má alimentação é a causa para baixa imunidade e doenças constantes atualmente. E indica separar duas horas do final de semana para preparar os alimentos naturais que serão consumidos diariamente.
Maiky Lucena disse que o alimento industrializado prejudica mais por conta dos conservantes (Foto: Diane Sampaio/FolhaBV)
ALIMENTAÇÃO NA INFÂNCIA – O nutricionista ainda explicou que é preocupante o fato dos pais alimentarem as crianças com comidas que os mesmos consomem e que isso é problema mundial.
“O primeiro erro dos pais, na fase escolar, é impor o que eles comem, para a criança. E muitas vezes ela não gosta. A ideia é você apresentar todas as formas de alimentos possíveis para aquela criança e, de preferência, in natura. Não dá bolinho, suquinho”, disse Maiky Lucena.
“A alimentação hoje é a maior preocupação mundial, porque a gente tem muito consumo de industrializados na alimentação infantil. O toddynho, por exemplo, a gente dá muito aquilo para a criança e metade dele é só açúcar”, completou.
O relatório Situação Mundial da Infância 2019: Crianças, alimentação e nutrição [disponível somente em inglês] aponta que, pelo menos, cerca de 250 milhões de crianças com menos de 5 anos estão desnutrida ou com sobrepeso.
No Brasil, a taxa de desnutrição crônica entre menores de 5 anos reduziu de 19,6% em 1990 para 7% em 2006. Mas aumentou progressivamente o consumo de alimentos com baixo valor nutricional e ricos em gorduras, sódio e açúcares (alimentos processados), e a prevalência de sobrepeso e obesidade no país. Uma em cada três crianças de 5 a 9 anos possui excesso de peso.
DIA DA NUTRIÇÃO E SAÚDE – Nesta quarta-feira (31) é comemorado o Dia Mundial da Nutrição e Saúde e serve para repensar a alimentação e procurar o consumo mais saudável.
A data foi criada pelo Ministério da Saúde para fazer um alerta sobre as condições alimentares dos Brasileiros. Atualmente, mais da metade da população brasileira é composta por pessoas que estão acima do peso.
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