SAÚDE MENTAL

Como saber se você tem ansiedade? Psicóloga explica

Transtorno afeta de maneira negativa aspectos como trabalho, estudos, relacionamentos, sono e comportamento alimentar.

"A ansiedade é capaz de impedir pessoas de viajar de avião, por exemplo", aponta terapeuta. Foto: Internet
"A ansiedade é capaz de impedir pessoas de viajar de avião, por exemplo", aponta terapeuta. Foto: Internet

Assim como o medo, a ansiedade é uma emoção que, até certo ponto, é benéfica para nossas vidas. Conhecer os riscos de determinada situação ou antecipar problemas futuros são habilidades essenciais à sobrevivência. O problema é quando esse sentimento gera mais prejuízos do que benefícios.

Quando em maior intensidade, a ansiedade afeta de maneira negativa aspectos como trabalho, estudos, relacionamentos, sono, comportamento alimentar e por aí vai. Para ajudar a entender em que ponto a ansiedade requer ajuda profissional, a FolhaBV entrevistou a psicóloga, mestranda em psicologia clínica e da saúde, Lauryjane Cunha, que explica quando esse sentimento atinge o nível disfuncional.

Como saber se eu tenho ansiedade?

“Quando você perde totalemente o controle das emoções e o seu corpo te dá sinais disso. Coração acelerado, sudorese, pensamentos catastróficos, preocupação e antecipação excessiva são apenas alguns desses sinais”, diz Lauryjane.

De acordo com a terapeuta, essa sensação pode vir de qualquer lugar. “Uma situação frequente no trabalho; uma preocupação familiar ou financeira que não sai da sua cabeça e afeta seu dia-a-dia; uma prova ou momento importante para a carreira; falar em público, enfim, diversos fatores. E isso vem acompanhado de sintomas que como coração acelerado, tontura, náusea e até desconfortos abdominais”, explica

Pensamentos catastróficos também são muito comuns. Isto é, quando existem diversas possibilidades para o desfecho de uma situação, a pessoa ansiosa acreditará sempre que o pior deles está por vir, sofrendo de maneira intensa por isso.

Quando procurar ajuda?

“As pessoas imaginam que a ajuda profissional só deve ser procurada nas situações mais extremas. Muito pelo contrário. Ao menor sinal de que a ansiedade está lhe causando prejuízos, procure ajuda especializada, uma vez que existem diversos tipos de ansiedade”, explica a terapeuta.

A psicóloga explica que, quando estamos ansiosos, a tendência é aumentarmos o tamanho do problema e diminuirmos nossa capacidade nossa capacidade de lidar com ele. Assim, evitamos certas situações e, como resultado, sentimos cada vez mais insegurança ao lidar com elas. 

“Por conta da ansiedade, muitas pessoas, por exemplo, deixam de viajar de avião ou ônibus, por imaginarem que o pior pode acontecer”, aponta Cunha.

Durante a pandemia da Covid-19, em que o isolamento foi necessário, diversas situações passaram a ser gatilhos de ansiedade para muita gente. “Ficamos muito tempo sem sair de casa e agora situações sociais também podem deixar a pessoa ansiosa abalada, se questionando se consegue ou não estar presente em determinados ambientes”, exemplifica.

Tratamento

“A psicoterapia é o começo de tudo. Nela todas as questões serão trabalhadas de forma gradativa para que se entenda a origem do problema e o caminho para solucioná-lo. Se necessário, e é importante frisar que nem todos os casos apresentam essa necessidade, é feito o encaminhamento para o psiquiatra”, explica a terapeuta.

Além da terapia, diversas atvidades e exercícios podem ser realizados para diminuir a intensidade dos sintomas, como já noticiado pela FolhaBV.

“Para garantir uma vida saudável em sua plenitude, cuidar da mente e das emoções é essencial. Ansiedade não é frescura, não é ‘falta de Deus’, não é falta do que fazer. Então é muito importante o apoio de familiares e amigos para superar esse momento que é passageiro”, finalizou Lauryjane.