Janeiro é um dos meses mais comuns e aguardados pelos viajantes. Época de férias escolares, turistas se deslocam em trajetos diversos para experiências memoráveis, muitas vezes sem se atentar às doenças regionais que podem ser contraídas. Uma das formas de evitar esses contratempos é identificar as exigências específicas de vacinas da região que se pretende visitar e fazer a prevenção por meio da vacinação.
O tema é tão relevante que a Organização Mundial da Saúde (OMS) mantém atualizadas as vacinas obrigatórias ou recomendadas para diferentes regiões do mundo. Em dezembro, inclusive, a OMS determinou medidas adicionais de saúde para os viajantes em relação aos surtos de sarampo em ilhas do Pacífico, exigindo vacinação contra a doença como requisito para entrada nos países1.
Conheça algumas doenças que podem ser prevenidas por vacinas, que estão no calendário de viajantes da OMS:
Febre Amarela
A febre amarela é transmitida pelo mosquito do gênero aedes. A doença tem diferentes níveis de gravidade e pode evoluir para o óbito. Em muitos destinos internacionais, a vacina é obrigatória, vale checar caso a viagem seja para países da América Central, América do Sul, África e região da Indonésia.
Os principais sintomas são febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia e hemorragias. A vacinação é a única medida de prevenção e é oferecida gratuitamente pelo SUS. A imunização precisa ser feita até 10 dias antes da viagem.
Febre Tifóide
Causada pela bactéria Salmonella Typhi, a vacina é recomendada para viagens em lugares com situação precária de saneamento básico, higiene pessoal e ambiental. Embora esteja praticamente extinta em países onde tais problemas foram superados, há ainda casos registrados em países em desenvolvimento na Ásia, África e América Latina e o Regulamento Sanitário Internacional da Organização Mundial da Saúde recomenda a vacinação contra a febre tifoide para viajantes internacionais que se deslocam para países onde estejam ocorrendo casos da doença.
Os sintomas incluem febre alta, dores de cabeça, mal-estar geral, falta de apetite, retardamento do ritmo cardíaco, aumento do volume do baço, manchas rosadas no tronco, prisão de ventre ou diarreia e tosse seca.
Hepatite A
É uma das doenças preveníveis por vacina mais comuns de serem adquiridas durante uma viagem. A hepatite A é uma inflamação no fígado causada pela ingestão de água ou alimentos contaminados com material fecal.
Os principais sintomas são febre, cansaço, perda de apetite, náuseas, vômito, dores abdominais, urina escura e dores nas articulações. A doença se manifesta entre duas e quatro semanas após a infecção.
A vacina pode ser encontrada em clínicas de vacinação de todo o país. Comum em várias regiões, a OMS recomenda a vacinação contra a hepatite A para grupos de alto risco, como viajantes para áreas endêmicas.
Sarampo
Após o Brasil ter sido considerado território livre da doença, em 2016, pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o vírus do Sarampo voltou a circular no país em 2018 devido a não imunização, resultando num surto com mais de 13 mil casos em 2019, segundo o Ministério da Saúde. A doença é causada por vírus e transmitida via tosse, espirro ou mesmo respiração de quem está contaminado.
A vacina é a única medida eficaz contra a doença e é recomendada àqueles que não tomaram as duas doses na infância ou adolescência, assim como quem não tem certeza de ter sido imunizado. Os sintomas são similares aos de doenças respiratórias, como febre, tosse, irritação nos olhos, coriza e intenso mal-estar, além das manchas vermelhas pelo corpo, que aparecem após três dias dos primeiros sintomas.
Raiva
Doença viral transmitida pela saliva de animais contaminados, é preciso estar atento às crianças, pois elas tendem a brincar com animais e a não informar caso sejam mordidas. A vacina é uma medida de proteção que pode tranquilizar a sua viagem. Os principais sintomas são febre baixa, baba em excesso, convulsões, sensibilidade exagerada no local da mordida, perda de sensibilidade em áreas do corpo, perda de função muscular, espasmos, entorpecimento, formigamento, dor no local da mordida, agitação, ansiedade e dificuldade de engolir.