Quem nunca comeu uma comida e sentiu que ela não caiu bem? Mais comuns do que imaginamos, as doenças transmitidas por alimentos ou água contaminados são síndromes que trazem sintomas geralmente gástricos, como náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal. Em casos mais graves, os sintomas vão além, atingem o sistema neurológico e o fígado, por exemplo. A boa notícia é que estas doenças são facilmente preveníveis. Medidas simples podem ser tomadas no dia-a-dia para evitar este transtorno.
Juliene Borges, analista técnica de políticas sociais do Ministério da Saúde, explica que na maioria das vezes os alimentos e a água contaminados se autodenunciam com odor, gosto ou até a aparência, com a cor alterada. No entanto, os grandes vilões são aqueles que não aparentam estar estragados. “Geralmente eles podem ser industrializados, como conservas e embutidos. Nem sempre eles apresentam características de que estão contaminados”, alerta.
Água limpa
Outras valiosas dicas são para evitar o consumo de água contaminada. “A orientação principal é para pessoas que não têm acesso a água potável para consumo. Ou seja, se elas não tiverem uma fonte que seja reconhecidamente de água potável, de uma rede de abastecimento público, ou água mineral de boa procedência, a gente recomenda que ela filtre a água e ferva antes de consumir”, orienta a analista técnica.
Segundo Juliene, a fervura da água tem que ser por 5 minutos. Uma alternativa à fervura é, após a filtragem, usar uma solução de hipoclorito de sódio, que é distribuída gratuitamente no serviço público de saúde. Só após a desinfecção, a água está própria para o consumo e para ser utilizada na preparação de alimentos.
Tratamento
Os sintomas de doenças transmitidas por alimentos costumam durar aproximadamente três dias. Depois disso, é indispensável que a pessoa doente procure o atendimento médico. Pessoas que apresentam sintomas gástricos, tontura, sangue nas fezes e urina com coloração diferente do habitual, devem ir aos serviços de saúde imediatamente, pois, é necessário suporte especializado ao paciente.
O tratamento é baseado na hidratação correta para a reposição da água e dos minerais perdidos, além da alimentação saudável. Em alguns casos, após avaliação do médico, pode ser indicado o uso de antibióticos. “Crianças, idosos e pessoas com baixa imunidade devem ter uma atenção especial, assim que os sintomas iniciarem”, ilustra Juliene.
Confira algumas dicas de prevenção para evitar a contaminação:
• Só beba água potável;
• Cuide da higiene pessoal, lavando bem as mãos antes de manipular e consumir alimentos;
• Cheque a temperatura em que os alimentos estão sendo conservados, especialmente as carnes e os produtos lácteos;
• Siga as orientações de embalagens sobre a validade, o armazenamento e o consumo de alimentos industrializados;
• Cozinhe bem carnes, para não as consumir com aspecto cru;
• Consuma apenas leite e derivados pasteurizados ou fervidos;
• Evite comer frutos do mar crus;
• Proteja os alimentos do contato com insetos e outros animais, especialmente roedores;
• Ao se alimentar fora de casa, observe a conservação dos alimentos (refrigerados ou aquecidos) e a higiene do local e de quem está preparando e/ou servindo.