O leite materno é o alimento mais importante na vida de um ser humano, e por trás da amamentação há mitos, verdades e dúvidas. E além do desenvolvimento da saúde física, o aleitamento é um processo que envolve muito mais do que apenas nutrir o bebê, mas também fortalece o vínculo entre mãe e criança.
A amamentação é primeira relação social do bebê seria com a figura materna e esse amparo, assim como o leite e o calor do contato, fazem com que o pequeno se sinta acolhido e seguro. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é recomendado que o leite seja o único alimento fornecido à criança até os seis meses de idade. Após esse período, a amamentação deve ser continuada em conjunto com a introdução gradual de alimentos complementares adequados para cada fase do desenvolvimento infantil.
Após o período recomendado pela OMS, é frequente que algumas mães optem por incluir o leite materno na dieta da criança, em um processo conhecido como amamentação prolongada. Embora essa prática seja alvo de questionamentos, manter a amamentação por um período maior pode trazer diversos benefícios tanto para a saúde da mãe quanto para a do bebê.
Conforme o Pediatra, Eugênio Patrício, além do afastamento do trabalho entre 4 e 6 meses para que a mãe tenha uma amamentação eficaz, ele destaca que o aleitamento deve ser de livre demanda, onde o bebê vai dizer quanto tempo ele precisa.
“Apesar da livre demanda, é recomendado que seja a cada 3 horas. Ela também deve ser exclusiva até os 3 meses de idade, após isso começa a introdução alimentar e se a mãe quiser pode amamentar até os dois anos junto à alimentação”, afirma o pediatra.
Durante o processo de amamentação, o corpo da mãe libera uma grande quantidade do hormônio ocitocina, o qual desencadeia as contrações uterinas e promove a descida do leite. Ao mesmo tempo, a ocitocina proporciona uma sensação profunda de prazer materno e tem o potencial de diminuir os níveis de cortisol, o hormônio relacionado ao estresse.
“Essa etapa é muito importante pois é na amamentação que é passado nutrientes, vitaminas e minerais pra fortalecer o sistema imunológico e nutrir a criança”, pontuou.
CUIDADOS
Embora a amamentação seja um processo inato, natural e biológico, há uma repressão e estigmatização em relação à sua continuidade. É comum que as mães sejam confrontadas com mitos sobre a amamentação, o que resulta em uma pressão social para interrompê-la, podendo levar ao desmame prematuro.
Um dos principais mitos é a crença de que, após dois anos de idade da criança, o leite materno se torna aguado e perde seus nutrientes, o que não é uma afirmação precisa. Na realidade, a composição do leite materno passa por mudanças contínuas, tanto em termos de macronutrientes (como proteínas e gorduras) quanto de micronutrientes.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), afirma que a amamentação é contraindicada apenas nos casos em que a mãe está tomando medicamentos incompatíveis com a amamentação ou quando é portadora do vírus do HIV e do HTLV (vírus T-linfotrópico humano). No entanto, essas restrições não são obrigatórias em todos os países.
Outras doenças infecciosas e potencialmente contagiosas, como tuberculose, catapora, influenza tipo 1 e rubéola, não impedem a amamentação. No entanto, é importante adotar precauções específicas para garantir que os benefícios da amamentação não sejam superados por qualquer risco para a saúde da criança.