Esteatose hepática, popularmente conhecida como “Gordura no Fígado”, é um problema de saúde que acontece quando as células do fígado são infiltradas por células de gordura. De acordo com o médico endocrinologista Cesar Penna, a presença de gordura no fígado é considerada normal quando este índice não chega a 5%, caso isso ocorra o quadro deve ser tratado o mais brevemente possível.
Médico explica os sintomas Esteatose hepática (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Segundo o médico, caso a gordura não seja tratada, a gordura pode provocar quadros mais graves de hepatite gordurosa, cirrose hepática e até câncer no fígado. “O fígado pode aumentar de tamanho, como também adquire um aspecto amarelado. O transplante, muitas vezes, pode ser a única indicação para situações mais críticas” disse.
Penna explica que a quantidade excessiva de calorias ingeridas provoca aumento expressivo dos triglicérides, sobrecarregado o fígado que não consegue se livrar deles. Como consequência, há acúmulo de gordura no interior dos hepatócitos.
“As células do tecido gorduroso (adipócitos) liberam continuamente seu conteúdo aumentando a sobrecarga ou próprio fígado aumenta a síntese de gorduras; nas esteato-hepatites, o órgão produz três vezes mais gordura do que o normal” explica.
Entre as diversas modificações metabólicas resultantes, a mais relevante é a de resistência à insulina, o hormônio produzido pelo pâncreas, que bloqueia a liberação de ácidos graxos dos adipócitos, entre outras funções.
Essas alterações dão origem a um processo inflamatório crônico, no decorrer do qual os hepatócitos incham — chegam a dobrar de tamanho. Nos espaços existentes entre eles surge um tecido cicatricial rico em colágeno, que ao progredir destrói gradativamente os hepatócitos e enrijece o órgão (fibrose), levando-o ao estágio de cirrose e suas complicações: câncer hepático, falência e morte.
“No Brasil, cerca de 52% de pessoas carregam excesso de peso ou são obesos. Nesses casos, não haverá fígados suficientes para transplantar os que desenvolverem falência hepática, com isso devemos sempre ter uma vida saudável com pratica regular de exercício, controle do peso e ingestão alcoólica com moderação ” reforça.
Entenda como funciona o transplante de fígado no Brasil (Foto: Graffo)