O pneumopediatra Dr. João Paulo Becker Lotuffo, o “Dr. Bartô”, foi o entrevistado do programa Quem é Quem, na Folha FM. O médico falou sobre o trabalho que ele desenvolve na área de prevenção contra o envolvimento precoce dos jovens com as drogas.
Como pneumologista, o Dr. Bartô abraçou a luta antitabagismo. Ele estendeu o foco para outras drogas após observar que as crianças e adolescentes consideravam que o álcool e a maconha não representavam riscos para a saúde.
Ele lançou o livro “Álcool, tabaco e maconha: drogas pediátricas”, além de uma série de vídeos e livretos com histórias reais contadas de forma lúdica. O objetivo é ajudar os pais e os filhos a compreenderem os perigos da dependência química.
“Nosso trabalho começa na prevenção, muito das instituições atuam quando os jovens já estão no caminho das drogas, mas esse trabalho começa muito antes, começa quando o bebê ainda está na barriga da mãe. É preciso fazer uma investigação nos exemplos da criança, se os familiares fazem o uso de drogas lícitas e ilícitas. Se ele está fazendo diariamente com pais que usam do cigarro e do álcool”, explicou.
Segundo ele, a prevenção ao uso de drogas começa com exemplo dos pais. Entre os dados relevantes que o pneumopediatra comentou durante a entrevista está o fato de que 30% dos que experimentam a maconha se tornam dependentes. Além disso, há 1% de chance de desenvolver surto psicótico ou esquizofrenia. Segundo o médico, o caminho é retratar essa realidade, transmitindo as informações para o jovem e para a família.
“É comum os pais chegarem no meu consultório com um ‘baseado’ que encontraram em casa. Então é preciso conversar com esse adolescente, e investigar se ele conhece o risco das drogas e de onde surgiu o acesso e a vontade de experimentar. Um aconselhamento que precisa ser repetitivo”, reforçou.
Gestação
O médico contou que é responsabilidade dos pais não fazerem uso de substância na frente de crianças e que o uso de drogas lícitas e ilícitas na gravidez podem causar dependências na gravidez.
“Existe um risco muito grande, principalmente se a mãe faz o uso de drogas durante a gestação. Uma criança que entrou em contato intrauterino com a nicotina ou o álcool ela tem chances de uma dependência maior, podendo produzir síndrome e problemas neurológicos graves que não tem dura”, esclareceu Lotuffo.
Confira a entrevista na íntegra
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