As fissuras labiopalatinas, também conhecida como lábio leporino, são malformações congênitas caracterizadas pela descontinuidade das estruturas do lábio, palato ou ambos. De acordo com a cirurgiã dentista Tatiana Leite Xaud, as lesões ocorrem em diferentes posições da face e com extensão variável.
“As consequências da malformação são indefinidas, podendo causar dificuldades na alimentação, no ganho de peso, problemas na arcada dentária, no crescimento e desenvolvimento harmônico da face, uma criança com a fissura, muitas vezes precisa passar por até três cirurgias ou mais. Depois, desde o nascimento das crianças é necessário um atendimento específico acompanhado de psicólogos e nutricionistas” pontuou.
Em Roraima, será feita a inauguração do atendimento e das cirurgias periódicas de fissura labiopalatina em pacientes. Ação ocorre em parceria com o Hospital da Criança Santo Antônio, a instituição filantrópica Smile Train e a Associação Norte Amazônica de Apoio à Pessoa com Fissura Labiopalatina de Roraima (Amazonfir), a partir desta sexta-feira (02). Os atendimentos ocorrem na Amazonfir, localizada na Avenida Major Williams, 1655, Sala 105, no Centro de Boa Vista.
Segundo Jacirema Bentes, a assistente social e presidente da PROFIS Associação de Promoção à Saúde dos Fissurados de Joinville, a ação faz parte da Semana Nacional de Pacientes com Fissura e do Dia Mundial do Sorriso, comemorados anualmente na primeira sexta-feira do mês de outubro.
“É uma parceria muito afetiva, que está na linha de frente com esses pacientes. Esta ação lembra a importância de um gesto simples, que agrada a todos e faz o mundo melhorar, com um sorriso. Ninguém espera um filho imperfeito, na hora que nasce uma criança, com uma má formação, não se pode esconder. Por isso é preciso de um acompanhamento, já que muitos pais não sabem o que fazer. É preciso capacitar esses profissionais para atender essas famílias”, reforçou.
Fissuras labiopalatinas
De acordo com a Mariane Goes, diretora para América do Sul Smile Train, a fissura labial é uma abertura no lábio superior.
“Segundo a OMS, uma a cada 650 crianças, nasce com essa alteração congênita, no Brasil. As fissuras labiopalatinas não são alterações apenas de caráter estético. Elas levam a problemas de saúde como má nutrição, distúrbios respiratórios, de fala e de audição, infecções crônicas, alterações de dentição, além do grande impacto na socialização e na autoestima das crianças”, explicou.
É recomendada a realização da cirurgia ainda na infância, porém não muito cedo para que não afete o crescimento dos ossos. Enquanto esperam pelo final da reconstituição, as crianças usam um aparelho ortodôntico, que cobre a fenda palatina e permite que se alimentem.
Confira a entrevista