A superproteção com o bebê pode culminar em erros, que não apenas complicam suas vidas, mas que também podem colocar em perigo a saúde do seu filho. Por exemplo, os recém-nascidos sentem mais frio, mas se os agasalharmos demais, suam muito. Além disso, já foi comprovado que enrolar o bebê em roupas e mantas aumenta o risco de morte súbita e de asfixia. E se na sua cidade faz muito frio e na sua residência tem calefação e a temperatura está na casa dos 22º C, com um macacão de algodão e uma meia nos pés, o bebê estará quentinho e não se resfriará. É possível saber se ele está com frio se as suas mãos e os seus pés estão um pouco arroxeados. Neste caso, convém agasalhá-lo mais. Se ele transpira perto do pescoço e da cabeça, é preciso deixá-lo mais fresco.
Outra dica é esquecer a teoria de que é bom deixar que o bebê recém-nascido chore porque caso contrário ficarão mal-acostumados. Não tem fundamento. Quando um recém-nascido chora deve pegar ele no colo, consolá-lo e verificar qual é a sua necessidade (mamar, troca de fraldas, agasalho etc.).
Seu bebê não é um relógio. Nos primeiros meses de vida não há como impor horários ao bebê. No início, eles seguem seus próprios instintos: mamam quando sentem necessidade, acordam e dormem quando precisam. Não adianta forçar o bebê a ter uma rotina, mas também não se pode impedir que ele, aos poucos, crie a capacidade de se reorganizar.
Outro erro é se empenhar em esterilizar tudo até que o bebê complete um ano. A higiene é fundamental, mas não se deve ficar obsessiva porque a ausência total de bactérias impede a criança em desenvolver suas próprias defesas.
Conselho para as futuras mamães
Trocar o bebê de peito antes que o leite termine – O leite que vem no final da mamada é o que mais alimenta e sacia, porque tem mais gordura que o do começo. “Logo que minha bebê nasceu tive muita dúvida com relação à amamentação. Para mim, tinha que ficar trocando o peito antes do leite acabar. Só depois que comecei ir à pediatra que ela explicou que tinha que esperar acabar o leite de um para trocar para o outro”, relata Amanda Finamore, 36 anos, mãe da Laura – Rio de Janeiro/RJ.
O que fazer quando o umbigo cair – Outro conselho da mamãe de primeira viagem, Amanda Finamore, é sobre os cuidados do coto umbilical após cair, pois ainda fica uma feridinha que deve continuar a ser cuidada da mesma forma até a cicatrização total. “Demoraram uns 10 dias após o nascimento da minha filha para cair o coto umbilical e um espaço de tempo de 15 dias até ir à pediatra. Depois que o ‘umbigo caiu’, lavava a região durante o banho normal, com sabão neutro e secava com a toalha. Quando fui à pediatra ela observou um cheiro forte – e eu achava que era normal da cicatrização – e me orientou que a limpeza deveria continuar para evitar infecções: após o banho deve usar um cotonete embebecido com álcool 70%”.
Confiar apenas nas avós e se esquecer do pediatra – Os tempos mudam. O que há 30 anos ou mais era o ideal para os bebês, hoje não é recomendável. É importante sim aproveitar a experiência da mãe ou sogra, mas o pediatra é a pessoa que melhor sabe o que é mais adequado para o seu filho. “Eu acreditava muito nas crendices populares passadas por elas para evitar dar remédio para a minha bebê, e não surtia efeito. Como quando a bebê tinha indigestão. Minha mãe falava para amarrar um fio de algodão no pé da criança e o pediatra orientava dar Luftal. Eu tentei o fio de algodão, e é claro, não deu certo”, diz Juliana, 25 anos, mãe da Manuela – São Paulo/SP.
Lenço umedecido em recém-nascido – Lenços umedecidos devem ser evitados, pois é comum causar reações alérgicas. “Montei minha malinha da maternidade da minha primeira filha e já contendo os lenços umedecidos. Eu a limpei com o lenço e logo em seguida ela teve uma alergia/ assadura bem forte. Chegou a sair um pouquinho de sangue até e quando ela fazia xixi gritava, porque ardia, é claro. E eu descobri que foi devido ao uso do lenço umedecido – e usei o específico para recém-nascido ainda. O bebezinho só precisa de água e algodão… super natural e não causa nenhum efeito colateral”, descreve Regiane de Freitas Alves, 32 anos, mãe da Cecília e do Levi – Sorocaba/SP.
Fonte: Bebe Gestação
Mãe de primeira viagem (de novo)
Por Roberta D’Albuquerque
Na terça-feira passada, 19, Vera Iaconelli publicou em sua Coluna no jornal Folha de S.Paulo um artigo sobre adoção. Tanto o tema quanto os textos da psicanalista paulistana me interessam muito. Mas, para além do objetivo do que ela escreveu, um trecho não me saiu da cabeça: “Maternidade e paternidade são funções vitalícias e intransferíveis, enquanto que a fase bebê-criança é rapidíssima em relação ao conjunto da obra”.
Quando soube da minha primeira gravidez, eu me esforcei para ultrapassar a sensação de mãe inexperiente o mais rápido possível. Esse “não saber” que nos toma de assalto quando nos imaginamos com a responsabilidade de dar conta de outra pessoa me soava vertiginoso. Eu queria ter certeza de todos os passos: pré-natal, parto, amamentação. Queria estar no controle. À medida que a gestação avançou, entendi que, como se diz em Pernambuco, onde nasci: “Rapadura é doce, mas não é mole, não”.
Mais do que isso, entendi que parte da graça da maternidade é estar eternamente despreparada para o que vem. É surpreender-se dia após dia. É entender que se trata de outra pessoa, de outro tempo, com outras características. É oscilar entre se reconhecer e se estranhar no seu filho.
Sou mãe de uma menina de 11 anos (quase 12). Como escreveu Vera, a fase bebê-criança passou como um flash. Aos poucos, estou inaugurando o papel de mãe de adolescente. Apesar de ter lido muito sobre o tema, de torcer o nariz para os mais experientes que classificam os filhos como “aborrecentes” – tenho horror a esse termo –, de ter (mais uma vez) a certeza de que tiraria de letra essa fase, tenho a impressão de que vamos navegar por mares um tanto mais agitados do que calculávamos.
É um recomeço. Há dias em que me sinto mãe de primeira viagem (de novo). O que posso dizer por hora é que não há nada que me deixe mais comovida que os recomeços. Não estou pronta (como quando engravidei), mas nasci em Recife, sou da praia, e quero mergulhar.