Saúde e Bem-estar

Desmotivação x depressão: entenda a diferença

Cuidado com o autodiagnóstico é essencial e um profissional deve ser procurado

Comumente confundidas e relacionadas, a desmotivação e a depressão são diferentes, mas devem ser tratadas com a mesma atenção. Existem formas de diferenciar e tratar cada um desses problemas que igualmente afetam de forma significativa a saúde mental. 

A depressão  

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a depressão é um transtorno comum, mas sério, que interfere na vida diária, capacidade de trabalhar, dormir, estudar, comer e aproveitar a vida. É causada por uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) relatam que o Brasil apresenta 5,8% da população depressiva.  

“A depressão é diferente por se tratar de um problema de saúde mental, sendo considerado um transtorno profundo, que tem como característica sintomas de angústia, tristeza profunda, desesperança entre outros” destaca a psicóloga, Edgéssica Carvalho.


Psicóloga Edgéssica Carvalho destaca diferenças entre depressão e desmotivação (Foto: Arquivo Pessoal)

A desmotivação 

Já a desmotivação acompanha os mesmos quadros de melancolia, choro, pessimismo, mas é algo momentâneo e, nesse caso, é possível identificar a causa principal – geralmente fatores externos. Muitas vezes está ligada a uma falta de reconhecimento profissional, frustrações no cotidiano e problemas financeiros, familiares e pessoais.  

“A motivação é o que mobiliza nossas atitudes, nossa força de vontade, e o contrário disso, é a falta de entusiasmo, de energia e até sentimentos de desespero em determinadas situações”, explica Edgéssica.

A psicóloga destaca ainda que a desmotivação se trata de um sentimento relacionado a algo que não te deixa entusiasmado, como a rotina de trabalho ou o curso que escolheu, e é comum desaparecer com o tempo.

“A desmotivação pode aparecer no início da depressão e por isso devemos ficar atentos. A busca pelo diagnóstico não é necessariamente para colocar o indivíduo em uma caixinha e reduzi-lo a isso, mas sim para tratar e dar qualidade de vida”, destaca.

Tratamento 

Por mais que sejam parecidos, é necessário observar a recorrência desses quadros, questionar suas causas e buscar ajuda de psicólogos e/ou psiquiatras, para que se tenha uma melhoria no bem-estar.

Segundo a psicóloga, o profissional da psicologia junto com a psiquiatria, podem fazer um trabalho excelente, visto que na depressão pode ser necessário o uso de medicamentos.

O profissional poderá identificar situações psicoafetivas e sociais que estão gerando desmotivação, ou se caracteriza mesmo como uma depressão e contextualizar cada situação, para que no tratamento, um processo de autoconhecimento que favorece a tomada de decisões e o conhecimento de si mesmo seja desenvolvido.