Neste dia 5 de maio é celebrado o Dia Mundial da Asma, uma data criada pela Global Initiative for Asthma (GINA), instituição fundada pela Organização Mundial da Saúde, para alertar sobre a importância do tratamento contra a doença. Para este ano, a GINA propõe um debate com o tema “Descobrindo os Equívocos sobre a Asma”, abordando mitos e verdades sobre essa doença, que chega a matar de 3 a 5 pessoas por dia no Brasil. Os especialistas em pneumologia do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, e Hospital São Lucas, no Rio, apontam as questões mais relevantes sobre a asma, principalmente pelo fato do paciente fazer parte do grupo de riscos na pandemia da Covid-19.
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que chega a acometer mais de 300 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, é a quarta causa de internação na rede pública de saúde, levando ao óbito em decorrência da condição crônica, quando não tratada. O tratamento padrão recomendado é o uso de corticoide inalatório associado ao broncodilatador, que apresenta mais eficácia e baixo efeito colateral.
No inverno, aumentam as crises asmáticas por conta da grande circulação de vírus e outros poluentes no ar, os principais sintomas são a tosse constante, principalmente à noite, e a falta de ar com chiado no peito. O coordenador de Pneumologia do Hospital São Lucas, Dr. Alexandre Pinto Cardoso, esclarece que quando alguém que tem asma é exposto a um ambiente que possui substâncias alergênicas, como mofo e pelos de animais, o organismo absorve essas partículas e desenvolve contra elas um anticorpo, uma Imunoglobulina, no caso da asma alérgica.
Toda vez que isso se repete, o corpo reage com uma alergia inflamatória, que pode ser alta ou baixa intensidade. “Se uma pessoa com asma pega a Covid-19, o quadro pode ser mais grave, porque vão se somar duas inflamações respiratórias. Apesar de não ser a condição mais crítica em desfechos desfavoráveis como comorbidade no contexto de covid, como é a hipertensão, diabetes obesidade, é muito importante que quem tem asma use máscara, mantenha sua medicação em dia e tome os demais cuidados necessários para reduzir a chance de se infectar”, explica Cardoso.
Para Dra. Suzana Pimenta, coordenadora de Pneumologia do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, é fundamental o acompanhamento médico para o controle da doença. “Os pacientes que têm o quadro asmático controlado, com uso regular de medicamento, podem não apresentar evolução grave de Covid-19, caso sejam infectados. O agravamento acontece, geralmente, quando o paciente se encontra sintomático, apresentando inflamação das vias aéreas”, ressalta a especialista.
Prática de esportes
Além dos esclarecimentos sobre asma e Covid-19, o ano olímpico lança luz sobre a relação entre a prática de esporte e a doença. Segundo a Global Initiative for Asthma, há um equívoco no senso comum de que o paciente asmático está impossibilitado de se exercitar.
Ao contrário, as orientações médicas são de que, quando a asma está bem controlada, os portadores estão aptos a se exercitarem e até praticar esportes de primeira linha. “Temos muitos casos de atletas medalhistas olímpicos que eram ou são asmáticos, como o judoca Aurélio Miguel, o nadador Mark Spitz. A asma não impede que alguém seja atleta, desde que a doença esteja controlada”, afirma o Dr. Alexandre.
Segundo a Dra. Suzana, a prática regular de exercícios físicos, principalmente aeróbicos, melhora o condicionamento físico e, consequentemente, a capacidade pulmonar. “O acompanhamento médico e o uso regular do medicamento adequado contribuem para uma vida saudável do paciente, que pode e deve praticar esporte para seu bem-estar”, completa a especialista do 9 de Julho.