Saúde e Bem-estar

'Dificuldade de respiração em crianças é queixa frequente', diz otorrino

O paciente respirador oral pode ter sintomas típicos que variam desde os da apneia do sono até uma obstrução leve do trato respiratório

Cerca de uma em cada dez crianças ronca quase todas as noites. Destas, algumas podem sofrer da Síndrome da apneia obstrutiva do sono (Saos), podendo levar a problemas comportamentais, de inteligência, déficits de atenção, queda no desempenho escolar, maior prevalência de distúrbios neuropsicológicos, comprometimento do crescimento, alterações no desenvolvimento da face e alterações cardiovasculares.

O paciente respirador oral pode apresentar obstrução nasal parcial ou total, intermitente ou persistente, respiração ruidosa e roncos. De acordo com o médico otorrinolaringologista, Ivan machado, a queixa é frequente nos ambulatórios de otorrinolaringologia, de pediatria e até mesmo nos de clínica médica.

“A dificuldade respiratória varia entre formas mais leves de ronco até quadros de apneia. As funções fisiológicas da cavidade oral como a mastigação, fonação, fala e deglutição encontram-se alteradas nessas crianças”, completa o médico.

Existem diversas causas para a respiração oral, porém as mais frequentes são a rinite alérgica e hipertrofia de adenoide e amígdalas.

“Os principais sinais e sintomas do respirador oral são: suor excessivo à noite, dormir com a boca aberta, salivação no travesseiro, roncos, dormir com a cabeça estendida, dor de cabeça pela manhã, xixi na cama, sonolência e irritabilidade durante o dia”, ressalta.

O diagnóstico da Síndrome do respirador oral é essencialmente clínico, por vezes é necessária a realização de exames complementares para definição das intervenções a serem realizadas.

“A videonasofibroscopia é um exame para avaliação da hipertrofia de adenoides, tem boa aceitação e pode ser realizada fora do ambiente hospitalar, o que aumenta sua utilização rotineira”.

Tratamento

O tratamento para o paciente respirador oral é multidisciplinar (otorrinolaringologista, ortodontista, fonoaudiólogo, etc.). O diagnóstico e tratamento da causa são essenciais. “A abordagem multidisciplinar realizada precocemente pode melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dessas crianças”, ressalta.