Um estudo recente traz revelações animadoras sobre a pressão alta. O artigo, publicado na revista Hypertension, constatou que ingerir uma maior variedade de alimentos ricos em proteínas, como feijão, frutos do mar e carnes magras, pode ajudar a diminuir o risco de hipertensão.
Os pesquisadores da Southern Medical University, na China, analisaram dados de 12.117 adultos chineses, comparando seus hábitos alimentares com a pressão arterial aferida em um período de seis anos de acompanhamento.
Os participantes foram pontuados com base em quantas categorias de fontes de proteína ingeriam, em pesquisas randomizadas e autorrelatadas.
As fontes de proteínas foram agrupadas em oito categorias como grãos integrais, grãos refinados, carne processada, carne não processada, aves, frutos do mar, ovos e legumes.
Os indivíduos que comiam quatro ou mais fontes de proteínas eram 66% menos propensos a desenvolverem pressão alta do que os pares que consumiam proteínas de uma ou duas fontes, segundo a pesquisa. É válido pontuar que mais proteína, em geral, não se tornou um fator de melhora dos parâmetros de saúde, já que, de acordo com o estudo, pessoas que tinham ingestão de mais ou menos proteínas totais estavam mais vulneráveis à desenvolver hipertensão em relação às pessoas que faziam ingestão moderada.
Ainda de acordo com os estudiosos, a saúde do coração pode ser atrelada ao fato de que o consumo de uma dieta balanceada, com proteínas de diversas fontes, pode trazer maiores vantagens em relação a um consumo limitado a poucas fontes.
E fica a dúvida sobre a relação dessa diversificação proteica com as melhorias nos parâmetros da saúde. A explicação se deve ao fato de que maior variedade de proteínas significa mais nutrientes como fibras, gorduras boas e vitaminas. Isso também fortalece a ideia sobre a diversificação nutricional, ou seja, variar as fontes de alimentos como frutas, vegetais e legumes, fugindo de uma alimentação monótona. A velha e boa ideia do “pratinho colorido’.
O estudo teve uma limitação nos dados observacionais, constatando os dados apenas como sugestivos, porém, não conclusivos. Houve, de fato, uma ligação, mas não provas de que as diversas fontes proteicas preveniriam, diretamente, a hipertensão.
Ainda que exista a falta de constatação, o estudo é válido e nos remete a buscar uma alimentação vasta em nutrientes e compostos e isso só é possível através de fontes variadas. Outro fator que é válido frisar, no quesito da importância em diversificar as fontes de proteína, seria em relação à saúde intestinal, já que comer alimentos com maior teor de fibras e nutrientes também ajuda no microbioma intestinal – as bactérias benéficas que vivem no intestino.
As fontes de proteína vegetal agregam na saúde devido à presença de fibras e as proteínas animais, como ovos e peixes, foram consideradas benéficas para pressão devido à presença de nutrientes como ácidos graxos ômega-3, vitaminas e minerais essenciais, como a vitamina D. Lembrando que, quando se trata de carnes, é importante priorizar carnes magras não processadas, como cortes magros ou aves.
Fonte: Metrópoles