No dia 12 de novembro celebra-se o Dia Mundial contra a Pneumonia, uma data criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2009, que tem como objetivo aumentar a conscientização e prevenção da doença.
A pneumonia é uma infecção respiratória grave, considerada a principal causa de mortes de crianças menores de cinco anos em todo o mundo.
No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde (MS), apenas em 2018, mais de mil óbitos de pneumonia foram registrados em bebês e crianças de até quatro anos, sendo a doença uma das principais causas de morte infantil no país.
Sintomas da Pneumonia
Os principais sintomas de uma pneumonia aguda são tosse constante, febre, gemidos por causa de problemas respiratórios, dificuldade para se alimentar, apatia, prostração, e aumento da frequência respiratória. As crianças que manifestarem esses sinais devem ser levadas para atendimento médico imediato para tratamento adequado.
Doença Pneumocócica
O pneumococo causa doenças que atingem o sistema respiratório, a corrente sanguínea, e o cérebro, e são classificadas em dois tipos: Doença Pneumocócica Invasiva (DPI) – meningite, pneumonia bacterêmica e sepse, – e Doenças Não Invasivas, consideradas mais leves, que incluem otite média, sinusite, bronquite e a pneumonia não bacterêmica.
As Doenças Pneumocócicas Invasivas podem deixar sequelas graves ou até levar o paciente a óbito. A bacteremia (quando a doença atinge o sangue) e a meningite são as formas mais graves da doença. Cerca de 1 em 100 crianças com bacteremia, vão a óbito. Já com a meningite, este número é ainda mais impactante, sendo 1 óbito para cada 15 casos de infecção.
A pneumonia é uma infecção nos pulmões provocada por bactérias, vírus ou fungos. A bactéria Streptococcus pneumoniae (ou pneumococo) é o agente causador de doenças pneumocócicas e é responsável por 60% dos casos de pneumonia. A pneumonia causada pelo pneumococo é grave, mas é prevenível com a vacinação.
Transmissão
A bactéria (pneumococo) pode ser facilmente transmitida através da tosse, espirro ou por objetos contaminados de pessoas que contraíram a doença ou que estão com a bactéria, mesmo não apresentando sintomas.
Por isso é tão importante a prevenção. Segundo o Dr. Emersom Mesquita, gerente médico de vacinas da GSK, é comum que pessoas, principalmente crianças, sejam portadores e transmitam a doença, mesmo sem adoecer. “E, com isso, qualquer pessoa pode ser afetada pela doença pneumocócica. Mas as crianças com até dois anos de idade, idosos, lactentes e pessoas com doenças crônicas e baixa imunidade são as mais vulneráveis”, alerta o Dr. Emersom.
Prevenção
A forma mais eficiente de prevenir as doenças pneumocócicas em crianças é com a vacinação.A introdução das vacinas pneumocócicas nos programas de vacinação de muitos países, pelo mundo, tem ajudado a reduzir as mortes infantis por pneumonia. Atualmente, 159 países esperam imunizar bebês contra as doenças causadas pelo pneumococo até 2020.
O Calendário de Vacinação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda a administração de duas doses da Vacina Pneumocócica 10-valente (conjugada) idealmente aos 2 meses e aos 4 meses de idade e uma dose de reforço aos 12 meses.
Já a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam a vacinação contra a doença pneumocócica em um esquema de três doses – 1ª aos 2 meses, 2ª aos 4 meses e a 3ª aos 6 meses de idade – e uma dose de reforço entre os 12 e 15 meses de idade.
A vacina pneumocócica está disponível gratuitamente nos postos de saúde para crianças menores de cinco anos.
Cobertura Vacinal
Apesar da vacina estar disponível de forma gratuita no Programa Nacional da Imunizações e já ter reduzido em pelo menos 40% as internações por pneumonia, em crianças menores de 2 anos, acende-se um alerta para queda nas coberturas vacinais.
Atualmente, a cobertura vacinal está abaixo do recomendado no país, principalmente a dose de reforço. Dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), atualizado em setembro de 2019, apontam que, apesar de a cobertura vacinal do esquema primário ter chegado a 93% em 2018, a dose de reforço alcançou apenas 80%.6,7 Somente em 2016, a cobertura vacinal da primeira dose atingiu o percentual recomendado, que é de 95%.
Além da vacinação, outras formas de prevenção da doença em crianças são: lavar as mãos regularmente, garantir uma nutrição saudável, não compartilhar mamadeiras, copos e utensílios de cozinha e beber água potável.