O cancêr de intestino é o segundo mais comum entre homens e mulheres no Brasil de acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer). O tema é tratado na campanha nacional Setembro Verde, mês escolhido pela SBCP (Sociedade Brasileira de Coloproctologia) para trabalhar um assunto sério e importante: a prevenção.
Em Roraima, tanto os exames quanto o tratamento podem ser realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O paciente que, ao realizar a primeira consulta em uma UBS (unidade básica de saúde) apresentar os sintomas, pode fazer seus exames por meio da CMECM (Clínica Médica Especializada Coronel Mota) e ser tratado na Unacon (Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia).
De acordo com o coloproctologista Levindo Alves, que atua na rede estadual de saúde, o câncer colorretal é bastante frequente no Brasil e no mundo e sua prevenção contém medidas intuitivas.
“Entendemos que a prevenção envolve os mesmos cuidados adotados para a maioria das doenças, que inclui uma alimentação saudável, atividade física pelo menos três vezes por semana, ingestão de bastante liquido, bem como é preciso evitar bebida alcoólica em excesso, o tabagismo e principalmente a carne vermelha, carnes muito processadas e alimentos industrializados”, esclarece.
O médico explica que os hábitos ruins de alimentação e falta de atividade física são fatores que estão diretamente relacionados com o aparecimento do câncer. “Os cuidados devem ser iniciados desde cedo, ainda na infância, e mantidos pelos adolescentes até a sua fase adulta. Não é fácil manter uma vida saudável nos dias atuais, mas ter uma alimentação saudável é fundamental”, destaca.
O alerta para adultos que já chegaram aos 50 é reforçado, pois devido ao efeito cumulativo da alimentação inadequada e de outros fatores que causam câncer, o especialista recomenda que sejam feitos exames de rotina.
“A colonoscopia, que é uma endoscopia via retal, avalia todo o reto, todo o intestino grosso. Na colonoscopia, detecta-se pequenas lesões, que são chamadas de pólipos ou vegetações intestinais e esses pólipos são retirados. Quando são retirados, evita-se que no futuro eles venham a crescer e desenvolver um câncer”, ressalta.
Apesar da alta incidência no Brasil, a taxa de cura dos pacientes é elevada. Isso se deve ao tratamento que vem evoluindo ao longo dos anos e ao maior investimento em exames de detecção precoce. O Inca estima que para cada ano do triênio entre 2020 e 2022 sejam diagnosticados no Brasil cerca de 40.990 novos casos de câncer colorretal.
“Apesar dos exames, há sinais que devem ser considerados como alerta, como dores abdominais e até perda de peso de causa desconhecida. Por isso, manter a consulta regular ao proctologista e realizar a investigação adequada é o primeiro passo para o diagnóstico precoce”, acrescenta.