Saúde e Bem-estar

Empresa ameaça suspender alimentação de hospitais por falta de pagamento da Sesau

A Sesau informou que não houve suspensão do fornecimento de alimentação nas unidades hospitalares do estado

Detentos estariam recebndo marmitas supostamente estragadas (Foto: Ilustração/Nilzete Franco/FolhaBV)
Detentos estariam recebndo marmitas supostamente estragadas (Foto: Ilustração/Nilzete Franco/FolhaBV)

Parte do fornecimento de alimentação e transporte de comida para os hospitais de Roraima poderá ser suspenso nesta segunda-feira, 21. É o que informou a empresa ISM Gomes de Mattos LTDA, que é a responsável por prestar o serviço ao estado. A medida é em resposta a falta de pagamento de mais de R$ 12 milhões em dívidas por parte da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau).

Em um ofício encaminhado à ouvidoria da Sesau, ao qual a Folha teve acesso, a ISM relata todas as dívidas que não foram pagas e também as tentativas de comunicação com a secretaria, que não foram respondidas. No documento, é constatado dívidas de março de 2022 à setembro de 2024 de diversos hospitais e centros de saúde do estado. No total, a dívida com a empresa chega a R$ 12.621.190,48.

Ainda no documento, a ISM relata que não entende como a situação chegou a ocorrer pois para que seja efetivado um processo licitatório, há a necessidade de um orçamento prévio, suficiente para arcar com o contrato.

“Nossos serviços gozam de natureza peculiar, pois repercutem em “custos renováveis” com a aquisição de matéria primas, materiais de consumo e mão de obra. Assim, a ausência de regularidade no adimplemento das obrigações financeiras advindas do contrato, repercutiram severamente sobre a capacidade econômica da empresa que está em colapso financeiro”, conclui a ISM em um trecho do Ofício.

A Folha questionou a empresa sobre quais unidades serão afetadas com a decisão e aguarda resposta.

Segundo funcionários do Hospital Geral de Roraima, há uma semana o fornecimento de alimentos está comprometido. Nas refeições, estão servindo apenas as marmitas com comida, sem os acompanhamentos.

“Suspenderam os sucos, sobremesas e a salada para os funcionários e acompanhantes. Já tem mais de uma semana que está assim”, reforçou o funcionário.

O que diz a Sesau?

A Folha também questionou a Secretaria Estadual de Saúde sobre a decisão da empresa. A Sesau informou que não houve suspensão do fornecimento de alimentação nas unidades hospitalares do estado. Confira a nota na íntegra abaixo.

A Secretaria de Saúde informa que NÃO HOUVE suspensão do fornecimento de alimentação nas unidades hospitalares, estando NORMALIZADA a prestação do serviço em todas as unidades hospitalares da rede estadual.

E informa que até o momento, no ano de 2024, a empresa ISM Gomes de Mattos LTDA já recebeu o montante de R$ 18 milhões por serviços prestados.

Esclarece, ainda, que a última nota fiscal foi devidamente protocolada no dia 16 de outubro, há três dias. Diante disso, o pagamento correspondente será efetuado conforme os prazos estabelecidos.

A Secretaria de Saúde reforça que espera da empresa ISM Gomes de Mattos LTDA uma postura de responsabilidade e diligência no cumprimento das cláusulas contratuais, de modo a garantir que os serviços oferecidos aos usuários do SUS não sejam prejudicados.

Leandro de Sousa

Repórter

Repórter do jornal Folha de Boa Vista, com experiências como Social Media, edição de fotos e vídeos e produção de TV. Cursando o último semestre do curso de Jornalismo pela Universidade Federal de Roraima (UFRR).

Repórter do jornal Folha de Boa Vista, com experiências como Social Media, edição de fotos e vídeos e produção de TV. Cursando o último semestre do curso de Jornalismo pela Universidade Federal de Roraima (UFRR).

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