O governo federal nomeou o enfermeiro e professor de História, Leandro Alves Lacerda, como o novo coordenador distrital da saúde indígena do Distrito Especial Indígena Yanomami (Dsei-Y), órgão ligado à Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). O ato foi publicado no Diário Oficial da União dessa sexta-feira (10).
A nomeação feita pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, atende ao pedido do partido Rede Sustentabilidade, e contou com o apoio do xamã e líder yanomami Davi Kopenawa e da própria comunidade indígena do Estado, que alegava que o cargo precisaria ser preenchido por quem já conhecesse a realidade dos indígenas da etnia.
Lacerda atua há mais de 20 anos nas ações de saúde indígena. Professor de História, ele tem pós-graduação em Educação Indígena e estuda a Enfermagem. Na carreira, já trabalhou na Urihi Saúde Yanomami, na Secoya, associação de serviços e cooperação do povo yanomami, na Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e atua desde 2009 na missão evangélica Caiuá, que mantém convênio com o Ministério da Saúde para prestar atendimentos às comunidades de Roraima.
Auditoria em contratos do Dsei-Y
O Ministério da Saúde implantou auditoria interna em contratos assinados no Dsei-Y, incluindo licitações. A pasta também declarou emergência sanitária na Terra Indígena Yanomami em razão de uma crise humanitária desencadeada sobretudo pelo garimpo ilegal, que levou fome, desnutrição e doenças para a região. Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, pelo menos 570 crianças yanomami morreram de fome de 2019 a 2022.