Saúde e Bem-estar

Entenda as diferenças entre RT-PCR, antígeno e autoteste

Diagnóstico é parte essencial da estratégia de enfrentamento da pandemia

Uma das principais estratégias no combate à pandemia, a testagem para detectar a Covid-19 é essencial para monitorar o cenário epidemiológico do país e acompanhar a transmissão do vírus. Hoje, o Brasil tem dois principais tipos de testes já em uso para detectar o vírus Sars-Cov-2: RT-PCR e teste rápido de antígeno. 

Em janeiro, após aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Ministério da Saúde incorporou o autoteste no Plano Nacional de Expansão da Testagem. A estratégia é complementar e deverá ser usada como forma de triagem dos casos. Nessa segunda (17), a agência aprovou o primeiro registro desse tipo de teste no país.

Apesar de a comercialização dos autotestes em estabelecimentos licenciados não ser imediata, a oferta de diferentes tipos de diagnóstico para detectar a infecção pelo vírus Sars-Cov-2 pode gerar dúvidas na população.

Entenda as principais diferenças entre os tipos de teste:

· RT-PCR: É um diagnóstico laboratorial, feito por biologia molecular, que permite identificar a presença do material genético (RNA) do vírus Sars-Cov-2 em amostras de secreção respiratória. A amostra é colhida por um profissional de saúde.
· Teste rápido de antígeno (TR-Ag): Esta metodologia é capaz de detectar proteínas produzidas na fase de replicação viral. O TR-Ag positivo determina a presença do vírus na amostra, que é colhida por meio de swab nasal ou nasofaringe, no laboratório ou unidade de saúde. O processamento da amostra, no entanto, pode ser realizado fora do ambiente laboratorial.
· Autoteste de antígeno (AT-Ag): É um teste que poderá ser adquirido nas redes de farmácias e drogarias, em que a pessoa coleta sua própria amostra nasal ou oral (saliva) e, em seguida, faz o teste conforme instruções do fabricante na bula e interpreta o resultado. A metodologia é a mesma do TR-Ag.


Esta metodologia é capaz de detectar proteínas produzidas na fase de replicação viral (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Preciso de pedido médico para fazer esses testes?
· RT-PCR: Sim. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o teste é feito por meio de solicitação do exame, após uma avaliação do médico.
· Teste rápido de antígeno (TR-Ag): Pode ser feito por solicitação do médico, após consulta, ou diretamente nas unidades de saúde em pessoas sintomáticas ou que tiveram contato com casos positivos.
· Autoteste de Ag (AT-Ag): Não. A compra e realização do teste é por conta própria. 

Qual o tempo de resultado dos testes?
· RT-PCR: O resultado é liberado em até 72 horas após a coleta da amostra.
· Teste rápido de antígeno (TR-Ag): O resultado fica pronto em torno de 20 minutos.
· Autoteste de antígeno (AT-Ag): O resultado fica pronto em torno de 20 minutos.

Qual a estrutura necessária para a testagem?
· RT-PCR: É necessário ambiente laboratorial para o uso da metodologia RT-PCR.
· Teste Rápido de Antígeno (TR-Ag): O processamento pode ser feito no próprio local da coleta.
· Autoteste de antígeno (AT-Ag): O indivíduo faz o próprio teste em casa ou em um local escolhido. O kit contém todos os itens necessários para a testagem.

Qual é o período ideal para fazer cada teste?
· RT-PCR: A coleta de amostras para a detecção do vírus em tempo real deve ocorrer o mais precocemente possível quando o paciente com síndrome gripal (SG) ou síndrome respiratória aguda grave (SRAG) está na fase aguda da infecção, até o 8º dia após o início dos sintomas. Para pacientes graves hospitalizados, a coleta pode ser feita até o 14º dia do início dos sintomas.
· Teste rápido de antígeno (TR-Ag): São mais eficientes na fase aguda da doença. Do 1º ao 7º dia em pessoas com sintomas; e a partir do 5º dia do contato em pessoas assintomáticas que tiveram contato com casos confirmados.
· Autoteste de antígeno (AT-Ag): Pode ser utilizado no período entre o 1º e 7º dia do início dos sintomas; e a partir do 5º dia do contato com indivíduos com a infecção.

Qual a eficácia dos diferentes testes?
· RT-PCR: É considerado o padrão ouro na detecção do Sars-Cov-2. Os testes usados pela rede de laboratórios de saúde pública apresentam alta sensibilidade (aproximadamente 86%) e alta especificidade (acima de 95%).
· Teste rápido de antígeno (TR-Ag): A sensibilidade dos testes rápidos de antígeno disponibilizados pelo Ministério da Saúde varia entre 90,30% e 96,75%. Já a especificidade desses testes varia de 98,80% a 100%.
· Autoteste de antígeno (AT-Ag): É semelhante ao TR-Ag. Ainda assim, por ser feito por pessoa leiga, podem ocorrer erros na execução ou interpretação, de forma que é uma estratégia complementar aos demais, sendo usado como triagem.

Qual é o público-alvo?
· RT-PCR: Qualquer pessoa sintomática com síndrome gripal e/ou síndrome respiratória aguda grave atendidas nos serviços de saúde.
· Teste rápido de antígeno (TR-Ag): Qualquer pessoa, sintomática ou assintomática, independentemente do estado vacinal ou idade, que procure a testagem nos serviços de saúde do SUS que disponham do TR-Ag.
· Autoteste de antígeno (AT-Ag): Qualquer pessoa sintomática ou assintomática, independentemente de seu estado vacinal pode fazer a autotestagem. Em menores de 14 anos o autoteste deve ser supervisionado por pais ou responsáveis.

O teste deu positivo, e agora?
Em caso de resultado positivo, o indivíduo deverá ser avaliado por um profissional de saúde, que também notificará o caso no sistema e-SUS, do Ministério da Saúde. A pessoa será orientada a ficar isolada, manter a higiene das mãos e dos ambientes, e usar a máscara para quebrar a cadeia de transmissão. Se o indivíduo tiver piora dos sintomas, deverá procurar o médico para uma nova avaliação.

Os sintomas mais comuns da Covid-19 são: febre, tosse, dor de garganta, coriza, dor de cabeça, perdas olfativas/gustativas e dores no corpo. São considerados sinais e sintomas graves: falta de ar, baixos níveis de saturação de oxigênio (abaixo de 95%), cianose, letargia, confusão mental e sinais de desidratação.