De acordo com dados divulgados no Inquérito Nacional sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, mais de 117 milhões de brasileiros têm pouco ou nenhum alimento para consumo diário. Essas pessoas se encontram em uma condição chamada de insegurança alimentar, que define um quadro de fome que pode ser classificado em diferentes graus. Os grupos se distinguem entre aqueles que não comem o suficiente por dia, não conseguem comprar alimentos, não conseguem produzir e, por fim, aqueles que não têm o que comer.
Em 2021, o Brasil voltou a fazer parte do Mapa da Fome, um índice global que enquadra todo país em que mais de 5% da população passa fome. O Brasil havia conseguido sair dessa lista em 2014, mas agora retorna com 9% da população se encaixando nos grupos da insegurança alimentar. Apenas em dois anos de pandemia, o número de pessoas que se encaixa na situação mais grave (sem nada para comer) foi de 10,3 milhões para 19,1 milhões.
Atualmente, mais da metade da população do país se encontra em algum grau de insegurança alimentar. O Brasil já conseguiu combater a fome e reduzi-la drasticamente entre o período de 2004 e 2013, com a criação de políticas públicas como o Fome Zero e outros projetos que visavam diminuir o número de pessoas em situação de miséria no país. 2013 apresentou o índice mais positivo do histórico brasileiro, com 4,2% de cidadãos no grupo de insegurança. Já em 2021 os números registrados são mais que o dobro dos de 2009, sendo disparado uma das fomes mais severas que o país já enfrentou.
De acordo com especialistas, a pandemia certamente teve um papel crucial nesse processo, mas a verdadeira causa está em políticas públicas falhas e na grande crise econômica que assola o Brasil. O país não está se desenvolvendo o suficiente para crescer economicamente, e isso causa impacto direto na população, que acaba tendo sua renda reduzida. A situação é ainda mais complicada entre pessoas que se encaixam no grupo de extrema pobreza, o que explica o aumento drástico de indivíduos que não têm o que comer.
Estudantes do curso de nutrição EAD se especializam justamente neste assunto para conseguirem mudar a vida das pessoas através da alimentação, que influencia diretamente no nosso quadro de saúde. Por isso, ter várias refeições ao longo do dia e variedade de alimentos é essencial para qualquer pessoa e um direito de todos. Comer pouco também não é o ideal, por isso a insegurança alimentar é perigosa em todos os seus níveis.