O Ministério da Saúde implementou uma nova fase na infraestrutura de telessaúde no território Yanomami, em Roraima. A iniciativa, que inclui a instalação de 98 pontos de internet e o envio de 106 computadores para o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami, permitirá que a população indígena tenha acesso a especialistas como oftalmologistas, nutricionistas, dermatologistas e cardiologistas sem a necessidade de sair de suas comunidades.
Coordenada pela Secretaria de Informação e Saúde Digital (SEIDIGI), a ação busca melhorar o atendimento médico em áreas remotas e enfrentar as dificuldades de deslocamento dos indígenas, respeitando suas particularidades culturais. Raquel Adjafre, consultora técnica do Departamento de Saúde Digital e Inovação, destacou que essa inovação ampliará significativamente as possibilidades de tratamento no território, especialmente em regiões de difícil acesso.
“Com a telessaúde, aumentamos significativamente as possibilidades de exames e consultas especializadas no território Yanomami, reduzindo a necessidade de deslocamento dos indígenas, o que é crucial dadas as questões culturais envolvidas, como alimentação e rituais”, explicou Raquel. Ela ressaltou ainda que essa iniciativa contribui para suprir a carência de profissionais médicos em áreas remotas.
Além dos benefícios diretos aos pacientes, a telessaúde também promove o aprimoramento profissional, permitindo que enfermeiros e outros profissionais acumulem conhecimento ao consultar especialistas, beneficiando tanto os profissionais quanto as comunidades indígenas.
Segundo o Ministério da Saúde, a melhoria na infraestrutura digital, com o aumento no número de computadores e pontos de internet, também fortaleceu a captação e consolidação de dados sobre saúde, como vacinação, tratamentos realizados e indicadores de saúde, proporcionando uma maior geração de informações sobre o povo Yanomami.
Guilherme Bobadilha, assessor técnico do Datasus, destacou que a conectividade proporcionará melhorias significativas para todo o DSEI Yanomami. “Os computadores serão fundamentais para melhorar o registro de dados, como vacinação, e facilitar a comunicação entre os polos de saúde, ampliando o alcance das notificações e melhorando a resposta às necessidades de saúde locais”, afirmou.
Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou um informe do Comitê de Operações Emergenciais (COE) Yanomami, que apontou uma queda significativa nos principais agravos de saúde no território, como óbitos por malária, desnutrição e infecções respiratórias agudas, refletindo os esforços contínuos para melhorar as condições de saúde nessa população.