Para os neuropatas e médicos defensores da existência da doença, a fadiga adrenal é causada pela falta de produção em níveis adequados de cortisol, decorrentes da fadiga das glândulas adrenais (ou suprarrenais), localizadas acima do rim. De acordo com os defensores da doença, essa fadiga é decorrente da sobrecarga de trabalho dessas glândulas, devido ao aumento do nível de estresse.
Os sintomas causados por essa doença incluem cansaço, fraqueza, dor no corpo, tonturas, entre outros. Entretanto, a fadiga adrenal não é uma doença reconhecida pela comunidade médica tradicional, e o tratamento inadequado pode ser perigoso. Em 2016, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia publicou uma nota de esclarecimento pedindo atenção em relação aos diagnósticos de fadiga adrenal.
As manifestações atribuídas a esse problema são muito vagas e podem ter relação com diversos outros tipos de doenças e com o estilo de vida atual da população, com má alimentação e sedentarismo. Além disso, não existe nenhum exame que, de fato, comprove a patologia, que é diagnosticada com base nos próprios sintomas do paciente.
De acordo com o relatório, existem doenças que se relacionam com o mau funcionamento das glândulas adrenais, sendo problemas, mas raros. Algumas dessas doenças produzem níveis elevados de cortisol, como a Síndrome de Cushing, onde há níveis elevados de cortisol. Em contrapartida, existe uma doença caracterizada pelo baixo funcionamento das glândulas chamada insuficiência adrenal crônica. Nesse caso, há uma queda na produção de corticosteroides (como cortisol). Essa doença é rara e estima-se que atinja, em média, um em cada 20.000 habitantes.
O diagnóstico dessas doenças é feito por meio da dosagem sanguínea dos hormônios adrenais, que permanece anormalmente baixa, mesmo após estímulo da glândula com o hormônio apropriado.
O perigo do tratamento inadequado
Como consenso, o tratamento envolve mudanças nos hábitos diários, com alimentação balanceada e prática de exercícios, o que produz uma melhora dos sintomas.
Conforme a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o problema aparece quando algum “suplemento de hormônio adrenal” é recomendado durante o tratamento, principalmente sob a forma de “fórmulas magistrais” (preparadas em Farmácias de Manipulação). O uso dessas substâncias, quando não há um baixo nível de corticosteroides, é perigoso e pode trazer problemas a longo prazo.
Entre os efeitos adversos associados à reposição inadequada de corticoides, está aumento da pressão arterial sistêmica, osteoporose, alterações no humor (como depressão e ansiedade), entre outros. O uso a longo prazo pode, inclusive, prejudicar o funcionamento adequado das próprias adrenais.
Caso você seja diagnosticado com fadiga adrenal, procure uma segunda opinião com outro médico, principalmente se houver a recomendação de algum suplemento como parte do tratamento.