Saúde e Bem-estar

Governo aponta ações de saúde realizadas à povos indígenas

Cerca de 570 crianças, além de adultos, morreram nos últimos quatro anos de desnutrição e outras doença

O Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública para enfrentar a calamidade sanitária vivida pelos povos indígenas Yanomami em Roraima. Cerca de 570 crianças, além de adultos, morreram nos últimos quatro anos de desnutrição e outras doenças que poderiam ser tratadas, como a malária, pneumonia e diarreia.

O avanço do garimpo ilegal nos últimos anos trouxe, além de doenças, a contaminação dos rios por mercúrio, a fuga de animais usados como alimento e um significativo aumento da violência.

Já são mais de 20 mil garimpeiros na reserva, quase o mesmo tamanho da população de 28 mil indígenas na região.

Diante da grave crise apresentada, o Governo do Estado pontuou à FolhaBV, as ações que realizou nos últimos anos na área da saúde para os povos indígenas.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SESAU), de 2019 a 2022, o Hospital Geral Rubens de Souza Bento (HGR), prestou 1.716 atendimentos aos povos tradicionais vindos do Distrito Sanitário Especial Yanomami (somente índios yanomami), e mais 9.936 atendimentos ligados ao Distrito Sanitário Especial Leste (diversas etnias).

Segundo a Sesau os atendimentos aos povos indígenas se estendem a outras unidades estaduais.

Dados da Sesau apontam que anualmente passam pelo pronto atendimento da Policlínica Cosme e Silva, localizada na zona Oeste de Boa Vista, uma média de 2.294 indígenas, englobando os dois Distritos Sanitários Indígenas.

Em outra unidade de saúde do Governo, na clínica especializada Coronel Mota, a Sesau informou que são feitos uma média de 427 atendimentos de indígenas por ano ligados a diversas áreas como:  áreas de otorrino, urologia, ortopedia, ginecologia, oftalmologia, ultrassonografia e eletrocardiograma.


O Governo aponta que de 2019 a 2022 foram feitos 11. 577 atendimentos no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazarateh, desse total mais de 700 foram mulheres indígenas do Distrito Yanomami.

“As mulheres indígenas também são assistidas pelo governo estadual, por meio do Centro de Referência a Mulher onde são realizados atendimentos de ginecologia geral, mastologia geral, nutrição, dermatologia, fisioterapia, pilates, coleta de preventivo, e havendo a necessidade é feito o exame de ultrassonografia, e fisioterapia em uroginecologia. Somente no ano de 2022 passaram pelo Centro mais de 800 indígenas”, acrescentou.

O Governo aponta que de 2019 a 2022 foram feitos 11. 577 atendimentos no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazarateh, desse total mais de 700 foram mulheres indígenas do Distrito Yanomami.

Somando as cinco unidades de saúde do Governo do Estado que prestaram serviços de saúde aos povos indígenas entre 2019 e 2022, foram 26.750 atendimentos, segundo o Governo.

O governador de Roraima, Antonio Denarium, destacou o compromisso do governo em atender aos indígenas nas unidades de saúde. “No HGR e Maternidade, por exemplo, temos blocos para atendimento específico dos indígenas, com respeito às culturas e até uso de rede, que é o costume que eles têm para dormir. São particularidades muito observadas pela nossa equipe de governo”, afirmou.

Denarium destacou também os projetos que garantem a segurança alimentar dos povos indígenas. “A nossa gestão é parceira dos povos indígenas. Prova disso são os projetos que temos desenvolvido nos últimos anos. São ações nunca realizadas antes por nenhum governo, como o projeto de grãos, que em 2022 atendeu 154 comunidades indígenas, onde o governo promoveu a produção de 1.800 hectares de feijão e milho, em módulos de dez hectares cada, proporcionando segurança alimentar e renda para os nossos indígenas”, enfatizou.

ACORDOS DE COOPERAÇÃO

O Estado informou ainda que mantém também com os DSEIs (Distritos Sanitários Especiais Indígenas), acordos de cooperação, e que realiza capacitações e atendimentos em diversas áreas.

“De 2020 a 2022, foram realizadas mais de 20 ações de saúde que levaram atenção especializada para dentro dos territórios indígenas, especialmente em locais de acesso limitado”, destacou.

O Governo informou ainda que as ações durante o enfrentamento da pandemia englobaram diversas iniciativas nos Distritos Sanitário Especiais Yanomami e Leste, além das comunidades indígenas presentes nos municípios.

“Tanto no ano de decretação da pandemia quanto no seguinte foram produzidos informes técnicos de orientação aos serviços de saúde sobre diagnóstico, testagem, prevenção, controle e isolamento. O Governo forneceu kits (tubo falcon, swab, meio de transporte viral) para coleta de amostras para covid-19. Treinamento de profissionais sobre normas de coleta, armazenamento e transporte de amostras suspeitas de contágio pelo vírus”, pontuou.

Paralelamente de 2020 a 2022, foram realizadas 20 ações de saúde que levaram atenção especializada para dentro dos territórios indígenas, especialmente em locais remotos e com acesso limitado.

“Sensíveis às enfermidades de doenças sexualmente transmissíveis, malária, tuberculose, hepatite entre outras, o governo estadual vem atuando por meio de capacitações, palestras e disponibilizando tratamentos para tais doenças dentro das comunidades indígenas”, acrescenta.

A Tuberculose também é um problema que preocupa dentro das áreas indígenas. Segundo o Governo, foi implantado o Programa Estadual de Controle da doença que atua de forma complementar na execução das atividades desenvolvidas à população indígena, em articulação com os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. 

A tuberculose é considerada um grave problema de saúde que afeta principalmente os pulmões. Entretanto, há a possibilidade de acontecer em outros locais do corpo, como no intestino, meninges, gânglios, rins e ossos.

Nos últimos quatro anos o Distrito Sanitário Especial Yanomami teve uma queda no número de casos de tuberculose. No Distrito Sanitário Especial do Leste se manteve em torno de 10 casos de tuberculose por ano.

TRATAMENTO DA MALÁRIA

A malária é uma doença que também está presente nas áreas indígenas, e segundo o Estado, em 2022 foram feitos cursos no Distrito Yanomami com equipe técnica de combate à malária, referente a identificação das áreas de risco para a implementação de atividades de controle a malária. Foram feitos exames voltados as comunidades indígenas localizadas na região dos Municípios de Amajari, Alto Alegre, Mucajaí, Iracema e Caracaraí.

A malária é uma doença infecciosa, febril, aguda e potencialmente grave. Ela é causada pelo parasita do gênero Plasmodium, transmitido ao homem, na maioria das vezes pela picada de mosquitos conhecido como mosquito-prego.

DST’s

As doenças sexualmente transmissíveis também estão presentes em comunidades indígenas. “Para ajudar a informar e sensibilizar as pessoas sobre essas doenças, por meio de uma equipe especializada da Secretaria de Saúde foram feitas capacitações em testagem rápida de HIV, Sífilis, Hepatites B e C para profissionais de Saúde que trabalham nas diretamente nas áreas indígenas. Foram disponibilizados testes rápidos: HIV: 2.622 unidades, Sífilis: 2.017 unidades, Hepatite B: 1.777 , Hepatite C: 2.352 e Autotestes de HIV: 120”, finalizou.