O aquecimento global causado pelo homem tem desencadeado uma série de mudanças drásticas no clima ao redor do mundo. Uma dessas manifestações preocupantes são as ondas de calor, agora cinco vezes mais prováveis de ocorrerem do que há 150 anos.
Em Roraima, dias mais quentes e secos transformam vastas áreas vegetadas em verdadeiros “combustíveis”, alimentando incêndios florestais que se tornam cada vez mais frequentes e intensos. De fato, a frequência de incêndios florestais extremos não aumentou apenas no Estado, como em todo o mundo com uma média 25% em comparação com a era pré-industrial.
Enquanto os danos físicos e estruturais causados pelos incêndios florestais são amplamente documentados, há um aspecto menos visível, mas igualmente impactante: o efeito desses desastres na saúde mental e emocional das pessoas.
Pesquisa
Um estudo recente conduzido pela Emory University e publicado na revista Nature Mental Health revelou uma conexão alarmante entre os incêndios florestais e um aumento nas visitas aos departamentos de emergência relacionadas à ansiedade.
Os pesquisadores examinaram os padrões de visitas aos departamentos de emergência em áreas afetadas por incêndios florestais e descobriram que a exposição à fumaça resultante desses desastres estava associada a um aumento significativo nas visitas relacionadas à saúde mental. Mais especificamente, constataram um aumento de 6,3% nas visitas ao departamento de emergência relacionadas a transtornos de ansiedade em regiões onde a fumaça dos incêndios florestais se tornou a principal fonte de poluição ambiental.
Saúde Mental
Esses resultados revelam uma preocupante interseção entre duas crises de saúde pública em ascensão: saúde mental e mudanças climáticas.
“Problemas de saúde mental são uma das condições de saúde mais prevalentes nos EUA e nosso estudo encontrou vários caminhos entre incêndios florestais e uma associação com transtornos de ansiedade graves”, compartilha Qingyang Zhu, PhD, pós-doutorado no Departamento de Saúde Ambiental de Gangarosa e principal autor do estudo.
“Muitas pessoas já estão lidando com alguns sintomas leves ou moderados de saúde mental. Agora imagine que elas acordam e encontram o céu coberto de fumaça, provavelmente se sentirão ainda mais ansiosas.”
Essa correlação entre incêndios florestais e saúde mental destaca a necessidade premente de uma abordagem holística para enfrentar os desafios do aquecimento global. Além de medidas para mitigar as emissões de gases de efeito estufa e prevenir incêndios florestais, é essencial oferecer apoio e recursos adequados para a saúde mental das comunidades afetadas.
