Indígenas das comunidades da área de voo, que abrange os municípios de Pacaraima, Uiramutã e Normandia, que são atendidas pelo Dsei Leste de Roraima, relatam que estão há mais de quatro meses sem qualquer tipo de assistência ou atendimento de saúde.
São mais de 42 comunidades cujo acesso só é possível por meio de aeronaves. Entretanto, uma empresa de táxi aéreo, que realizava o transporte de profissionais da saúde e materiais, teria suspendido os voos de rotina por falta de pagamento por parte da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai).
“A Sesai Leste de Roraima deixou entregues à própria sorte uma população de aproximadamente seis mil pessoas. Dentre essas pessoas, estão gestantes de alto risco, pacientes hipertensos e diabéticos que necessitam de acompanhamento mensal com profissionais da saúde, além de cadeirantes e crianças com desnutrição que estão sem receber as fórmulas nutricionais que auxiliam na manutenção e ganho de peso”, relatou a liderança indígena que procurou a FolhaBV, mas não quis ser identificada.
Além disso, apontaram que também precisam de acompanhamento pacientes que fazem uso de psicotrópicos com risco de agravamento, que pode levar a quadros de sequelas irreversíveis, pacientes com malária que estão sem realizar tratamento pessoas que perderam consultas eletivas e cirurgias por falta de transporte.
“Outros pacientes estão de alta médica e precisam aguardar transporte aéreo por até trinta dias para retornarem às suas comunidades. Sem falar na falta de medicamentos e insumos nos postos de saúde. Enquanto isso, o coordenador do Dsei Leste não toma providencias e nem dá explicações sobre essa situação caótica”, afirmou.
O que diz o Ministério da Saúde
A FolhaBV procurou o Ministério da Saúde, que não se manifestou até o momento. O espaço ainda segue aberto.