Saúde e Bem-estar

Insônia: como dormir bem em tempos de quarentena

Falta de rotina e sintomas de ansiedade afetam qualidade do sono

O sono é um dos momentos mais importantes do dia. Ele funciona como um alimento. Repõe as energias, revigora o corpo e a mente e nos regula para uma nova jornada. Em tempos de quarentena, a busca no google por “Insônia” aumentou durante os meses de abril e junho.

Com a pandemia da covid-19, vários problemas foram intensificados durante o isolamento social: desemprego ou a sobrecarrega de trabalho, tarefas domésticas, crianças irritadas, ansiedade, estresse e outras coisas.

A falta de sono pode causar, além do conhecido cansaço no dia seguinte, fadiga, irritabilidade e lapsos de memória. A principal manifestação dos problemas crônicos é a sonolência diurna exagerada, passando por alterações do humor, da memória e das capacidades mentais, como aprendizado, raciocínio e pensamento.

Um sinal que merece atenção é ronco. Popularmente interpretado como sinal de que o indivíduo dorme bem, ele mostra justamente o contrário. Quem ronca está esforçando sua musculatura respiratória para além de seus limites, e está sobrecarregando o coração de trabalho. Ao longo do tempo o indivíduo que ronca pode ficar hipertenso e/ou apresentar infarto do miocárdio ou derrame cerebral.

Alguns distúrbios podem colaborar para a má qualidade do sono e agravar os quadros citados. Entre eles estão:

Insônia

A insônia é a dificuldade de iniciar o sono, mantê-lo continuamente durante a noite ou o despertar antes do horário desejado. Estes episódios de insônia podem estar relacionados a vários fatores, e são bastante individuais: expectativas (viagem, compromissos, reuniões, prova, etc.), problemas clínicos, problemas emocionais passageiros e excitação associada a determinados eventos. Mas pode tornar-se crônica e provocar muito sofrimento ao longo dos anos.

A insônia está associada a vários fatores. Algumas pessoas apresentam maior tendência à insônia e quando expostas a condições de estresse, doenças ou mudança de hábitos, desenvolvem episódios de insônia. Estes episódios podem se prolongar por muito tempo, principalmente porque a pessoa tende a associar suas dificuldades de dormir a uma série de comportamentos: esforço para dormir, permanência na cama só para descansar, elaboração de pensamentos e planejamentos na hora de dormir, atenção às suas preocupações, atenção a fenômenos do ambiente, como ruídos e pessoas que estão dormindo, provocando sempre uma supervalorização destes fatos, o que realimenta a insônia.

Apnéia Obstrutiva do Sono

A Apnéia Obstrutiva do Sono caracteriza-se pela obstrução da via aérea no nível da garganta durante o sono, levando a uma parada da respiração, que dura em média 20 segundos. Após esta parada, a pessoa acorda, emitindo um ronco muito barulhento. A apnéia obstrutiva do sono pode ocorrer várias vezes durante a noite, havendo pessoas que apresentam uma a cada um ou dois minutos.

Em longo prazo, pacientes com apnéia obstrutiva do sono podem desenvolver doenças nas artérias, provocadas pelo acúmulo de colesterol nas suas paredes, além de provocar a ocorrência de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (derrame). Também pode se desenvolver a síndrome metabólica, que é a ocorrência de distúrbios da gordura e do açúcar do sangue, hipertensão arterial e aumento da circunferência abdominal. Quem apresenta esta síndrome tem maior tendência a ter infarto do miocárdio e derrame cerebral.

Síndrome das pernas inquietas

É um distúrbio caracterizado por agitação involuntária dos membros inferiores, mas que pode ocorrer também com os braços, nos casos mais graves. Em geral, os sintomas são mais intensos à noite, fazendo com que a pessoa durma mal ou quase não durma. Como consequência, passa o dia sonolento, cansado, indisposto e irritado.

Ao perceber qualquer alteração, procure um médico neurologista. Ele é o profissional mais indicado para analisar seu sono.

Fonte: EBC