Saúde e Bem-estar

Mãe pede ajuda para custear cirurgia ocular do filho

Cauã tem 7 anos e seis grau em cada olho; Roraima não tem suporte clínico para cirurgia de vitrectomia que pode ser realizada em SP

Uma mãe está pedindo ajuda para custear cirurgia de vitrectomia e tratamento do filho Cauã Firmino, de 7 anos. O menino tem grau ocular alto demais e já não enxerga pelo olho esquerdo. Pela idade da criança, não há suporte hospitalar em Roraima.

Cauã Firmino é estudante da rede municipal de educação de Boa Vista e desde mais novo, nunca foi diagnosticado com problema na visão. No entanto, em dezembro do ano passado, a criança já não enxergava mais pelo olho esquerdo.

Preocupada, a mãe, Joseane Machado, de 32 anos, foi encaminhada para uma especialista da Prefeitura de Boa Vista. “Agora no início de janeiro [de 2023] eu fui. Ela examinou o Cauã e falou que o caso dele era cirurgia vitrectomia e que infelizmente aqui não tem suporte hospitalar, pela idade dele e não tinha pelo sus”, explicou a mulher.

A vitrectomia é um tipo de cirurgia ocular usada para tratar problemas da retina e do vítreo do olho. É usada em diversas doenças, onde o oftalmologista remove o vítreo, uma parte do olho onde podem ocorrer diversas patologias. 

Mesmo sem um diagnóstico de qual o problema, Joseane foi indicada a um médico no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Mas foi informada que ele não atende o Sistema Único de Saúde (SUS). Por isso está realizando uma arrecadação para custeio da cirurgia do filho.


Uso de óculos de grau foi recomendado, mas não resolveu o problema, segundo a mãe. (Foto: divulgação/Joseane Machado)

“A médica me deu o papel do TFD [Tratamento Fora Domicílio], eu preenchi e levei. Mas já comecei a campanha para pedir ajuda porque, mesmo que eu fizesse muitas promoções para atender muita gente, não iria conseguir dinheiro a tempo suficiente para operar ele”, justificou a design de sobrancelhas.

Joseane já conseguiu as passagens de ida, o valor de mais de 6 mil reais e o agendamento da consulta para o dia 27 deste mês. No entanto, as despesas podem ir além, já que, caso não consiga TFD, os honorários do médico custariam 40 mil. 

“O médico disse que poderia entrar com pedido de tabela social e de 40 reduziria para 10 mil, mas, assim, um orçamento sem ver o paciente é complicado. O pedido de tabela social foi para ver se a prefeitura aprovaria o TFD logo, mas eu não posso ficar só esperando uma resposta e não correr atrás de outros meios”, ressaltou.

Para doação, estão disponíveis as chaves PIX 058844602-52 e 004041802-21, em nome de Cauã e Joseane. 

CASO DO CAUÃ
“Não sabemos ao certo se ele já tinha o problema da questão do grau muito forte porque é nos dois olhos, 6° de cada lado, e quando ele nasceu o teste do olhinho não deu nada”, explicou a mãe.

Segundo Joseane, ele tinha quatro anos quando um cisco caiu no olho dele em uma creche, mas o problema foi resolvido com um oftalmo sem necessidade de exame. Em dezembro de 2021, Cauã caiu e bateu o rosto, sofrendo um corte na pálpebra esquerda, mas também não foi preciso ir ao médico.

“Depois de uns dois meses, o olho direito dele começou a ficar diferente do olho esquerdo. Aí eu levei ele a um médico, expliquei sobre a queda e ele passou exames de ultra do olho, retinografia e exames de sangue”, destacou a mãe, quando levou Cauã a primeira vez para saber o que estava acontecendo no olho de Cauã.

Em seguida, Joseane levou o filho a outros médicos especialistas e todos eles passaram mais exames, porém sem resultado. Um deles recomendou o uso dos óculos de grau, o que segundo ela, melhorou um pouco mais a visão do filho, mas não foi suficiente para o olho esquerdo.

Em outubro de 2022, Cauã teve uma piora, foi a outro oftalmo e soube que poderia ser caso cirúrgico. No entanto, não era possível realizar devido a idade da criança e não haver suporte hospitalar no estado.

A Prefeitura de Boa Vista foi procurada e em nota à FolhaBV, afirmou que uma segunda avaliação para TFD da criança foi marcada para a próxima quarta-feira (08). “A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) informa que a acompanhante deu entrada no processo de TFD no dia 30/01/2023, e a junta médica de TFD para o dia 01/02/2023, no entanto, o paciente e acompanhante não compareceram. A avaliação foi remarcada para o dia 08/02/2023. Após o deferimento da junta médica, a SMSA poderá dar continuidade aos trâmites de TFD”, informou a nota.

*Matéria atualizada às 16h27, com acréscimo de nota da Secretaria Municipal de Saúde.