Para muitas mulheres, especialmente as mães de primeira viagem, a amamentação é cercada de receios. Para a enfermeira Adria Campos, a falta de informação sobre esse momento tão importante para o bebê é crucial para que a mãe encare com tranquilidade possíveis dificuldades que possam surgir e saiba como superá-las.
Adria, especialista em Enfermagem de Urgência e professora da Estácio da Amazônia, reforça que o pré-natal é o momento ideal para buscar informações, tirar dúvidas e para assim se sentir motivada para encarar essa etapa do pós-parto, que parece ser algo simples, mas nem sempre acontece sem alguns percalços.
“Não é fácil amamentar. Quem já passou por isso sabe, mas é muito mais importante para essas crianças receberem o leite materno e essa mãe precisa estar empoderada sobre isso: sobre o poder do leite materno ser significante na vida dos bebês. Se ela tiver todas as informações necessárias, mesmo naqueles momentos de dificuldades vai continuar estimulada”,
Um exemplo sobre a falta de informação para atrapalhar o processo de amamentação é o receio que as mães têm de o leite ser insuficiente. A especialista esclarece que a cada vez que a criança se alimenta com o leite materno, o estômago do bebê cresce. “E na mesma medida, a produção do leite da mãe também cresce”, completa.
Outra dificuldade levantada pela enfermeira é sobre a “descida do leite”. Ela explica que é importante as mães entenderem, que mesmo com a estimulação para sugar, “ainda assim não se pode esquecer daquelas mães que simplesmente não vão produzir leite”. “A produção pode variar de mulher para mulher. E essas informações são repassadas no pré-natal. Se a mãe de primeira viagem estiver bem informada, terá menos dificuldade para enfrentar os problemas que possam surgir”, ressalta.
Ela lembra que alguns receios das grávidas estão relacionados à formação do mamilo, se for investido ou se for plano. A professora destaca, mais uma vez, que cada mulher reagirá de uma forma e que não é saudável preocupações diversas sobre conseguir ou não amamentar. “Um exemplo, é que determinadas mulheres, mesmo com o mamilo protuso [que se sobressaem das aréolas], ainda assim podem ter rachaduras durante a amamentação”, comentou. Adria explica, por fim, que a demanda do bebê pela amamentação é “livre demanda”. “Não é de três em três horas, mas conforme a necessidade da criança”, explica.
Além dessas orientações, a enfermeira ressalta que o momento da amamentação, que fortalece os vínculos entre a mãe e o bebê, precisa acontecer em um lugar tranquilo e confortável. “A mãe precisa estar relaxada e pensar que naquele momento ela está nutrindo uma criança, que o corpo dela pode fazer isso”, completa.
Por fim, ela reforça alguns benefícios da amamentação: “O leite materno está pronto, em uma temperatura adequada; é rico em anticorpos que ajuda na imunidade da criança e pela quantidade de anticorpos que têm presente no leite materno, pode diminuir as chances de o bebê desenvolver alergias. E a mãe pode dar onde quiser”, observa.
Ela lembra que o Ministério da Saúde preconiza que a amamentação pode ser até os dois anos e, se possível, o desmame seja de forma mais natural possível. “E que a mãe entenda que é um momento que vai passar. Então que ela dê o máximo de tempo nessa nobre missão”, conclui.