O neurocientista, psicanalista e jornalista Fabiano de Abreu procura despertar na consciência de cada um o que devemos fazer para alcançar o equilíbrio e, por consequência, viver uma vida mais feliz e tranquila.
“É necessário antes de mais nada saber diferenciar a razão de nossa existência, das fantasias criadas pelo nosso desejo. Nós criamos aplicativos que mostram uma realidade ficcional. Se nós publicamos em nossa rede social essa ficção pessoal, ela apenas concretiza nosso desejo secreto. Também almejamos um cotidiano que vai muito além da necessidade, passa pelo conforto, chega ao luxo e atinge a ostentação.”, alertou Abreu.
O neurocientista relembra que não devemos deixar totalmente a rota para a qual fomos traçados. Esquecer o essencial é adoecer. “A verdadeira razão de nossa existência é a sobrevivência e a perpetuação da espécie. E a isso estamos condicionados, a rodar um programa impresso em nosso código genético”.
Segundo ele, a prova disso são as disfunções neuronais que revelam doenças mentais, já que o nosso organismo utiliza as mesmas funções instintivas para as necessidades inventadas por nós, nessa sociedade pós moderna.
Este desfasamento entre o que queremos e o que necessitamos causa uma série de transtornos. “Ansiedade, agonia, transtornos, tristezas e insuficiência são, em sua maioria, inventados por nós ou resultado da falta de capacidade em lidarmos com uma realidade natural”, disse o neurocientista.
A conjectura atual foi responsável por nos mostrar a realidade, a nossa verdadeira natureza. Para Abreu, a pandemia nos mostrou isso, mas nem todos ainda conseguem enxergar. Não somos máquinas, não somos superiores, não somos nossos objetos. Somos humanos, frágeis e orgânicos.
Por isso desenvolvemos a inteligência, pois nosso cérebro foi a melhor ferramenta para sobrevivermos e evoluirmos, já que temos um corpo frágil e, por isso, aproveitamos bem as vantagens de sermos bípedes.
Fabiano de Abreu apresenta uma série de soluções para repensar e sair de algumas situações. “Paciência, inteligência, observação, avaliação, solidariedade, compaixão e muitos outros adjetivos necessários neste momento.
Se hoje a sua empresa não vai bem, sua saúde como vai? Sem saúde não há empresa.O falido se reergue, o falecido não. A questão, hoje, é se reinventar, seja no trabalho ou nos pensamentos.
Pense com bom humor, se apoie na natureza, no que te faz bem, se alimente bem, faça exercícios, leia bastante, aprenda, absorva conhecimento, faça a neuroplasticidade cerebral para que seus neurônios fortes e saudáveis possam trazer melhores ideias para um melhor futuro.”, concluiu.