MATERNIDADE: Pesquisa aponta que ansiedade atinge 89,6% das gestantes

Um fator significativo que contribui para esse cenário é a diminuição das redes de apoio e a vida comunitária menos ativa

Adotar práticas saudáveis pode não só melhorar a qualidade de vida das gestantes, mas também contribuir para uma gestação mais tranquila e saudável (Foto: Raisa Carvalho)
Adotar práticas saudáveis pode não só melhorar a qualidade de vida das gestantes, mas também contribuir para uma gestação mais tranquila e saudável (Foto: Raisa Carvalho)

A ansiedade durante a gestação é uma realidade crescente e alarmante no Brasil. Um estudo recente, denominado “Estudo Materna: o que pensam e querem as mães”, realizado em dezembro de 2023 pela Mind Miners, uma plataforma especializada em Consumer Insights, revelou que 89,6% das gestantes se sentem ansiosas. Dentre essas mulheres, a maioria (54,3%) lida com a ansiedade diariamente, enquanto a culpa aflige 33,72% delas.


Falta de rede de apoio e vida comunitária

Um fator significativo que contribui para esse cenário é a diminuição das redes de apoio e a vida comunitária menos ativa das mães contemporâneas. Com menos suporte familiar e social, muitas gestantes enfrentam a jornada da maternidade de maneira isolada, o que pode intensificar sentimentos de ansiedade e insegurança.


Primeira viagem e experiência materna

A ansiedade parece ser uma companheira constante das futuras mães, independentemente da experiência materna. Cerca de 41,67% das gestantes de primeira viagem se percebem ansiosas. Esse índice cai levemente para 40% entre as mulheres que estão grávidas do segundo filho, mas aumenta significativamente para 57,14% entre aquelas que já têm dois filhos e estão grávidas do terceiro. Esses dados mostram que, ao contrário do que se poderia pensar, a experiência não necessariamente diminui a ansiedade, podendo até intensificá-la em alguns casos.


Ansiedade no Brasil
O Brasil se destaca como o país mais ansioso do mundo, com aproximadamente 18,6 milhões de pessoas sofrendo de transtornos de ansiedade, o que corresponde a 9,3% da população. Em comparação, o Paraguai, o segundo colocado, possui uma taxa de 7,6%, seguido pela Noruega com 7,4%. Esse dado é corroborado pelo Google Trends, que indica que os brasileiros são os que mais pesquisam o termo “ansiedade” na internet.
Dicas para diminuir a ansiedade


Diante desse cenário, é fundamental adotar medidas para reduzir a ansiedade, especialmente entre as gestantes. Aqui estão algumas dicas práticas:
Exercícios de relaxamento: Praticar técnicas de respiração, meditação e yoga pode ajudar a acalmar a mente e reduzir os níveis de estresse.
Rede de apoio: Buscar apoio de familiares, amigos e grupos de gestantes pode proporcionar um espaço para compartilhar experiências e sentimentos, diminuindo a sensação de isolamento.
Atividade física: Realizar exercícios físicos leves, como caminhadas, pode liberar endorfina, o hormônio do bem-estar, ajudando a aliviar a ansiedade.
Alimentação saudável: Manter uma dieta equilibrada e rica em nutrientes pode impactar positivamente o humor e os níveis de energia.
Profissional de saúde mental: Consultar um psicólogo ou psiquiatra pode ser essencial para receber orientação e tratamento adequados.
Limitar o consumo de noticiários: Reduzir o tempo gasto em redes sociais e noticiários, que muitas vezes podem aumentar a ansiedade, é uma prática recomendada.
Planejamento e organização: Organizar o dia e planejar as tarefas pode ajudar a criar uma sensação de controle e diminuir a ansiedade relacionada à incerteza.