Médicos do Programa de Residência Médica de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal de Roraima (UFRR) denunciaram a redução em grande escala das atividades práticas da especialidade médica no Hospital Geral de Roraima. A situação ocorre há cerca de quatro meses.
Em carta aberta divulgada pelos estudantes, eles afirmam que o programa sofre déficits desde o início de 2023, quando o serviço de ortopedia do HGR passou a ser realizado pelos médicos vinculados ao estado e por uma empresa de saúde terceirizada.
A organização é a mesma que teria sido favorecida pela Secretaria Estadual de Saúde com um contrato de mais de R$30 milhões. A investigação da Polícia Federal faz parte da Operação Higeia, deflagrada nessa sexta-feira (2).
Em outubro do mesmo ano, a Sesau comunicou em ofício que a empresa passaria a ser responsável de forma integral pelas atividades de ortopedia no HGR. Desde então, os médicos afirmam que tem ido ao hospital apenas em um dia na semana.
“Devido a este quadro que se instalou há meses, a carga horária e campos de estágios foram redistribuídos e readequados a esta realidade. […] Cabe salientar que algumas destas práticas têm se demonstrado inefetivas, seja quanto ao volume necessário de atendimentos, seja pela ausência de estágios essenciais à formação de um médico especialista”, dizem em carta.
O grupo de estudantes estipularam um prazo máximo de até 9 de fevereiro para que a situação seja resolvida, antes de tomarem medidas legais.
Em nota, a Sesau afirmou: “a suspensão da residência médica de estudantes de ortopedia da Universidade Federal de Roraima foi solicitada pela própria Comissão de Residência Médica da instituição de ensino superior”.
A redação da FolhaBV entrou em contato com a UFRR, que não se manifestou sobre a situação até o momento.