Para analisar a saúde bucal e identificar as principais doenças ou problemas odontológicos da população e, assim, subsidiar políticas públicas, o Ministério da Saúde lançou a terceira edição da pesquisa SB Brasil – Pesquisa Nacional de Saúde Bucal. Esse é o maior levantamento sobre esse tema já feito no País. O investimento total na pesquisa, feito pela Secretaria de Atenção Primária, é de R$ 4 milhões.
Deste mês até junho, a pesquisa entra na etapa de coleta de dados, começando pelas capitais brasileiras e alcançando, posteriormente, o interior. A SB Brasil se baseia na busca ativa: a equipe de campo vai até a casa das pessoas para fazer a avaliação bucal. No total, serão examinados 50,8 mil moradores de 422 municípios (a maior amostra entre todos os levantamentos já feitos), destes, nove fazem parte de Roraima que são eles: Alto Alegre, Bonfim, Caracaraí, Iracema, Mucajaí, Normandia, Pacaraima, Rorainópolis e São João da Baliza
A pesquisa nacional é feita a cada 10 anos e, inicialmente, estava prevista para ser realizada em 2020, mas precisou ser adiada em decorrência da pandemia de Covid-19.
Quem participa
A pesquisa se baseia na coleta de dados socioeconômicos, por meio de questionário, seguida da avaliação da saúde bucal, com um exame físico, de pessoas das seguintes idades: 5 anos, 12 anos, 15 a 19 anos, 35 a 44 anos e 65 a 74 anos. Assim, são identificadas as necessidades e agravos bucais mais prevalentes. Esse trabalho é realizado por equipes de campo compostas por 2,5 mil profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) em todo o Brasil. Os agravos identificados terão estimativas por estados, capitais e regiões de municípios do interior.
Sobre a pesquisa
A SB Brasil é um levantamento epidemiológico conduzido pela Coordenação-Geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, que caracteriza as condições dentárias da população brasileira. Por meio do levantamento, são verificadas a prevalência de agravos de saúde bucal (como dentes cariados, perdidos e obturados, doenças periodontais, necessidade de próteses dentárias, aparelhos ortodônticos, condições da oclusão e traumatismo dentário), condições de acesso, principais serviços acessados, periodicidade da visita ao dentista, ocorrência de episódios agudos de agravos bucais, impacto das condições de saúde bucal na qualidade de vida e outras necessidades dentárias.
Essas informações viabilizam a proposição de políticas públicas e estratégias (nas esferas nacional, estaduais e municipais), assim como o monitoramento e avaliação das estratégias em curso da Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB), e marca a continuidade de pesquisas realizadas em 2003 e 2010, consolidando uma série histórica. Também oferecem condições de avaliar a evolução das condições de saúde bucal longitudinalmente e comparando com outros países.
Em dezembro de 2021, Belo Horizonte recebeu a iniciativa como cidade piloto da pesquisa. As equipes de saúde treinadas fizeram a coleta de dados com moradores da capital mineira para ajustar
detalhes técnicos antes de expandir para o restante do País. A SB Brasil tem a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) como instituição técnica responsável, e conta com apoio das secretarias estaduais e municipais de saúde, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), de universidades e institutos de pesquisa em saúde pública, do CFO e de instituições representativas da área de odontologia no País.