A ministra da Saúde, Nísia Trindade, assinou nesta segunda-feira (17), na Casa de Governo, em Boa Vista, a ordem de serviço para a retomada das obras do Centro de Radioterapia do Hospital Geral de Roraima (HGR). Conforme ela, R$ 15 milhões estão garantidos para a continuidade do serviço.
A construção deve terminar em até seis meses e promete acabar com a necessidade de paciente oncológico viajar para outros Estados do País em busca do serviço. Segundo a Sesau (Secretaria Estadual de Saúde), existem 112 pacientes oncológicos em 2024, no Estado.
Na solenidade, Nísia também assinou o termo de compromisso com a Caixa Econômica Federal para destinar R$ 17 milhões ao Fundo Estadual de Saúde de Roraima com o intuito de construir uma policlínica em uma área de três mil metros quadrados no bairro Laura Moreira, na capital. Segundo o vice-governador Edilson Damião (Republicanos), a unidade oferecerá várias especialidades médicas de pronto atendimento e pode receber até R$ 30 milhões em investimentos.
A ministra ainda anunciou o envio para Roraima de cinco médicos do programa Mais Médicos, de cinco unidades odontológicas móveis do projeto Brasil Sorridente e a construção de quatro unidades básicas de saúde, sendo duas em Boa Vista. Ela também se comprometeu a destinar recursos federais para a construção de uma maternidade na zona Oeste de Boa Vista – que ainda não tem previsão para início das obras. Todos os serviços estão contemplados no Novo PAC federal.
O evento também contou com a secretária estadual de Saúde, Cecília Lorenzon, o presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), deputado Cláudio Cirurgião (União Brasil), o senador Dr. Hiran (Progressistas), além do secretário municipal de Saúde de Boa Vista, Luiz Renato Maciel de Melo, e da superintendente de rede da Caixa Econômica Federal, Danielle Ducci.
Mais cedo, a ministra visitou as obras de reforma da Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) Yanomami, o antigo Hospital das Clínicas que se tornará Hospital Universitário, e se encontrou com a representante do secretário-geral da ONU/Unicef, Najat Maala M’jid. Além disso, ela oficializou a inauguração da UBSI (Unidade Básica de Saúde Indígena) na região de Auaris, na Terra Indígena Yanomami. “É um conjunto de investimentos para garantir mais e melhor saúde para a população do Estado”, pontuou Nísia Trindade.
Sobre a Casai, ela disse ter verificado hoje que a unidade atualmente atende 400 indígenas yanomami, metade dos cerca de 800 atendimentos no auge da crise humanitária de janeiro de 2023. “Claro que isso [números] é sempre muito móvel, mas podemos ver esse atendimento em condições melhores”, avaliou.
Centro de Radioterapia
Esta é a segunda ordem de serviço assinada para as obras. Em 2018, seis anos após Roraima ser incluído no Plano Nacional de Expansão de Radioterapia, o então presidente Michel Temer autorizou o início das obras com investimento inicial de R$ 11 milhões. No ano seguinte, o centro foi uma das 28 obras embargadas por divergências no projeto arquitetônico.
Em fevereiro de 2023, o senador Dr. Hiran (Progressistas-RR) informou ao Ministério da Saúde que o espaço foi invadido por imigrantes venezuelanos. Em outubro, durante reunião da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e de Direitos Humanos (CDH), Nísia Trindade garantiu o retorno das obras.
Em dezembro, a pasta concluiu a licitação de R$ 8 milhões para retomar a construção. E neste mês, os 140 imigrantes, após decisão judicial, foram realocados para abrigos da Operação Acolhida, tornando o local apto para a retomada da construção, que deve durar até seis meses.
De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), a radioterapia é um tratamento no qual se utilizam radiações ionizantes (raios-x, por exemplo) – tipo de energia para destruir as células do tumor ou impedir que elas se multipliquem. As radiações não são vistas durante a aplicação e o paciente não sente nada durante a aplicação.