Quando o paciente testa positivo para o novo coronavírus e consegue se recuperar da doença, a esperança da imunização é esperada e o paciente pode seguir em frente. Mas não foi isto que aconteceu com a chefe de Recursos Humanos, Carmem Moura, 43.
Carmen testou positivo para a covid-19 no início de maio. Mesmo com todos os cuidados e seguindo à risca os protocolos de segurança da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde, foi inevitável. Ela conta sua luta contra a doença pela primeira vez.
“Fiquei doente em 9 de maio, fiz todo tratamento e depois do prazo de mais 14 dias eu refiz o teste e já estava com os anticorpos no sangue. Os médicos disseram que eu não transmitiria o vírus. Só que continuei me sentindo ruim. Fiz outro teste uma tomografia e a médica disse que eu não tinha mais covid-19”, relembra.
Meses depois, em outubro, Carmen começa a sentir fortes sintomas, principalmente falta de ar, mas como já tinha se infectado pela doença, não levou muito em consideração.
“Senti muita falta de ar, cada dia mais me sufocando, foi insuportável”, afirma. No mês seguinte, dia 3 de novembro, Carmem não suportou o agravamento dos sintomas e decidiu procurar um hospital para realizar o segundo teste para covid-19. O resultado foi surpreendente.
“Refiz o teste e deu positivo. Passei várias vezes pelos médicos do HGR, posto de saúde Asa Branca, Igara e no Olenka, na primeira e na segunda vez. Fiquei sem acreditar e acho que ou a gente fica boa ou essa doença fica incubada em nosso organismo e quando a imunidade baixa, ela retorna com força total”, explicou. Carmen afirma que não recebeu do Laboratório Central de Saúde Pública de Roraima (Lacen) a via do teste que comprova a reinfecção.
Hoje, mesmo curada do coronavírus, a chefe de Recursos Humanos ainda sente fortes dores de cabeça, dificuldade em respirar, fraqueza e queda de cabelo.
Reinfecção é rara, mas já se tem casos confirmados pela ciência
Casos de reinfecção da covid-19 tem sido incomum pelo resto do mundo, mas estudos recentes publicados confirmam a reinfecção de cinco casos pelo mundo. O mais recente foi nos Estados Unidos. A recomendação dos órgãos de saúde e mesmo que se tenha sido infectado, o mais seguro é continuar seguindo os protocolos de segurança e higiene.
SESAU – A Secretaria de Saúde respondeu por meio de nota e informa, por meio da CGVS (Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde), que até este domingo, 8, não foram registradas notificações oficiais de reinfecção pelo coronavírus no Estado.
Ressalta que o monitoramento da incidência da doença em Roraima é feito pelos municípios e os casos são registrados no sistema e-SUS. Após consolidação, os dados são inseridos no Boletim Epidemiológico.
Com base em Nota Técnica do Ministério da Saúde, a Sesau publicará, nesta semana, Portaria com os critérios para reconhecimento e monitoramento de casos suspeitos de reinfecção pelo Sars-Cov-2 no Estado.
A definição de caso suspeito de reinfecção pelo novo coronavírus será possível após a pessoa ter dois resultados positivos de RT-PCR em tempo real para o vírus, com intervalo igual ou superior a 90 dias entre os dois casos de infecção respiratória.
Inclusive a CGVS já está fazendo um levantamento epidemiológico e, nas situações que atenderem a esses critérios, as amostras biológicas dos indivíduos, hipoteticamente reinfectados, serão encaminhadas para análise no Instituto Evandro Chagas, em Belém. Havendo resultado positivo, considerando os processos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, os casos serão classificados como suspeitos de reinfecção.
Em relação aos exames feitos no Laboratório Central de Saúde Pública de Roraima, os resultados são entregues aos pacientes.