No início deste mês o Ministério da Saúde divulgou o Informe Semanal nº9, de 9 à 14 de abril, que apontou 18 possíveis casos de Febre Oropouche em Roraima. A doença teve aumento alarmante de casos em todo o Brasil, mas a Secretaria de Saúde (Sesau) diz que o número não condiz com o registrado no Estado, que seriam apenas seis casos.
No Informe do Ministério da Saúde, o país registrou cerca de 3,3 mil casos prováveis da doença desde o início do ano. O número é maior que o registrado em 2023, que teve 832 casos em todo o ano.
A região amazônica é uma das mais afetadas com a doença, que é transmitida por mosquitos parecidos com o da dengue, no estado do Amazonas mais de 2 mil casos foram registrados somente neste início de ano.
A reportagem procurou a Sesau para saber sobre os 18 casos registrados aqui em Roraima. No entanto, a secretaria informou que o número informado não condiz com a realidade no estado.
Casos de Febre Oropouche em Roraima
A Secretaria de Saúde, por meio do Núcleo de Controle da Febre Amarela e Dengue, informou que 6 casos de Febre Oropouche foram contabilizados em Roraima no ano de 2024, enquanto em 2023 foram registrados 153 casos da doença, e 2 casos em 2022.
Por município, os dados foram os seguintes:
Município de Residência | Ano do Diagnóstico | ||
2022 | 2023 | 2024 | |
Alto Alegre | 3 | ||
Boa Vista | 10 | 3 | |
Bonfim | 1 | ||
Cantá | 17 | ||
Caracaraí | 20 | 1 | |
Caroebe | 5 | ||
Iracema | 4 | ||
Mucajaí | 48 | ||
Pacaraima | 18 | ||
Rorainópolis | 23 | 2 | |
São João da Baliza | 7 | ||
Roraima | 3 | 153 | 6 |
Sobre os dados informados pelo Ministério da Saúde a Sesau informou o seguinte:
A Sesau esclarece ainda que a Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde normatizou a vigilância da Febre do Oropouche no estado de Roraima, com a elaboração e divulgação das normas e rotinas da vigilância e controle da Febre do Oropouche, através da Nota Técnica 001/NCFAD/DVE/CGVS/SESAU de 16 de março de 2023.
Quanto aos números de casos divulgados pelo Ministério da Saúde, 18 casos, o NCFAD já entrou em contato com a área técnica da Coordenação Geral das Arboviroses do órgão ministerial, solicitando esclarecimentos quanto ao número informado, uma vez que nas fontes de informação oficiais (Banco de dados do Laboratório Central de Saúde Pública de Roraima e o Sistema de Informação de agravos de Notificação) não constam tais informações.
O NCFAD segue aguardando o retorno do Ministério da Saúde.
Secretaria de Saúde (Sesau)
O que é a Febre Oropouche?
Identificado pela primeira vez nos anos 1960 em um animal silvestre, o vírus da febre oropouche é endêmico na região da Amazônia. A transmissão para humanos ocorre a partir da picada de insetos, como o Culicoides paraensis, também conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
Este inseto tem a cor escura, e a sua picada costuma ser bastante dolorida, causando coceira e até hematomas. A picada é bastante diferente da associada ao mosquito da dengue, por exemplo.
No entanto, as espécies Culex quinquefasciatus, Coquilletti diavenezuelensis e Aedes serratus também podem carregar o vírus que causa a febre oropouche, segundo o Ministério da Saúde.