Para muitos, a adolescência é vista como a melhor fase da vida. Anos de diversão, de descobertas, de irreverência. Avaliada como um evento passado parece exatamente assim. Poucos se lembram do outro lado de ser adolescente, da ânsia de ser adulto e independente lutando com o medo de crescer e perder os benefícios da infância.
De acordo com a pediatra Alda Elizabeth Iglesias, do Departamento científico do adolescente da Sociedade brasileira de pediatras, a fase é marcada por diversas mudanças sociais e no relacionamento com os outros, que justificam as alterações no comportamento.
“Nós aprendemos muito com os adolescentes, ouvindo o que eles estão necessitando. E lembrar que há pouco tempo nós também passamos por essa fase, em um momento diferente, mas as vivências e passar por essa transição sempre é parecido” explicou.
Para lidar com todas estas novidades o adolescente passa a manifestar alguns comportamentos que muitas vezes incomodam aqueles à sua volta. Tende a ficar mais isolado em casa, dar mais valor aos amigos do que aos próprios pais e apresentar modificações de seu comportamento, seja em relação às roupas, às comidas, ao grupo de amigos ou aos resultados escolares. Tudo isso faz parte da busca de si mesmo.
“O diálogo é o mais importante, se o adolescente tiver exemplos na família, a presença dos pais e responsáveis são fundamentais, ele será mais amparado. Se a conversa vem sendo elaborado durante a infância, será mais natural durante a adolencencia. É importante os pais entenderem suas obrigações, principalmente de dar o limite, mesmo que o adolescente queira algo que não seja apropriado para a sua idade” ressaltou.
A pediatra Adelma Figueiredo reforçou que os pais devem ficar atentos aos filhos, para que eles não escondam suas rotinas. “Um bom vínculo familiar e a ética dá a fluidez na intimidade com os jovens, para que eles comentem as coisas com naturalidade. O adolescente é um indivíduo em formação e em constante transformação” reforçou.
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