A laqueadura ou também conhecida como ligadura tubária, é um método contraceptivo que consiste em cortar, amarrar ou colocar um anel nas trompas de Falópio, interrompendo assim a comunicação entre o ovário e o útero, o que impede a fecundação e o desenvolvimento de gravidez.
Porém, com a dona de casa, Lucilene de Jesus Sousa, 37 anos, não foi bem assim, ela está grávida de 12 semanas e procurou a FolhaBV para relatar o caso.
Lucilene possui um casal de filhos com idade de quatro, e sete anos. Segundo ela, o procedimento foi realizado em novembro de 2019, após nas duas gravidezes ter tido pré-eclâmpsia, que são complicações potencialmente perigosas da gravidez, caracterizada por pressão arterial elevada.
Após 2 anos e três meses da última gravidez, a dona de casa retornou ao Hospital Materno Nossa Senhora de Nazareth para realizar o procedimento. De acordo com Lucilene o médico confirmou que o método era irreversível e que ela não corria o risco de engravidar.
“Antes da cirurgia, o médico me explicou que era irreversível e perguntou se eu queria mesmo realizar a laqueadura. Eu confirmei que sim por conta do meu problema de saúde e da minha idade, na época com 35 anos”, explicou Lucilene.
Após um ano e quatro meses da realização da cirurgia, a mulher começou a se sentir mal achando que estava com diversas doenças. Procurou atendimento médico e realizou uma ultrassonografia, onde confirmou a gravidez.
“Foi um susto por que eu não esperava, nunca me passou pela cabeça está esperando um bebê novamente”, disse.
MÉDICO – A reportagem da FolhaBV entrou em contato com o médico ginecologista, Luiz Evandro dos Santos Sena, que realizou a laqueadura de Lucilene.
Segundo ele, as pacientes antes de realizar o procedimento participam do planejamento familiar, que é uma palestra esclarecendo sobre a cirurgia e os riscos.
Ainda de acordo com Sena, é estatisticamente comprovada que as chances da mulher laqueada engravidar é de1%. “No caso de Lucilene, pode ter havido a recanalização espontânea, que é quando o organismo encontra meios de reconectar os canais”, explicou o médico.
“Não existe nenhum método contraceptivo 100% seguro”, completou o ginecologista.