Saúde e Bem-estar

Nanismo não afeta capacidade intelectual de crianças

O diagnóstico pode iniciar ainda nos exames do pré-natal

O nanismo pode afetar crianças de ambos os sexos, mas salvo raríssimas exceções, a síndrome mantém a capacidade intelectual preservada do paciente que leva uma vida normal e de boa qualidade. Porém em muitas situações, as pessoas com nanismo enfrentam preconceito e a discriminação social. Além das dificuldades de acesso em ambientes preparados para receber pessoas mais altas.

De acordo com o médico endocrinologista César Penna, o transtorno se caracteriza por uma deficiência apenas no crescimento, que resulta numa pessoa com baixa estatura se comparada com a média da população de mesma idade e sexo. Transformada em números, essa medida corresponde a um percentual inferior na tabela de crescimento estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Os transtornos na vida dessas pessoas são de utilizar os serviços públicos que são destinados a pessoas mais altas, tarefas simples, como utilizar o caixa eletrônico, transporte público e alcançar os produtos nas prateleiras de supermercado virão um problema” relata.

Acondroplasia

Acondroplasia é o tipo mais comum de nanismo, em que os braços e as pernas da criança são mais curtos em proporção ao comprimento do corpo. Entre os sintomas típicos do transtorno estão baixa estatura, pernas e braços curtos especialmente se comparados com o tamanho normal do tronco, cabeça grande (macrocefalia), testa proeminente e um achatamento na parte de cima do nariz, dedos curtos e grossos, mãos pequenas, pés planos, pequenos e largos, arqueamento das pernas, mobilidade comprometida na articulação do cotovelo, cifose e lordose acentuadas, protusão da mandíbula e desalinhamento dos dentes.

Acondroplasia é o tipo mais comum de nanismo (Foto: Divulgação)

Diagnóstico

O diagnóstico pode iniciar ainda nos exames do pré-natal, porém, na maior parte das vezes só é confirmado após o nascimento.  Segundo o médico, os sinais podem aparecer em níveis e graus diferentes nas pessoas que têm o transtorno.

“O diagnóstico de acondroplasia toma como base o exame clínico e o resultado das radiografias do esqueleto. Os sinais costumam estar aparentes já no nascimento ou logo nos primeiros anos de vida. Mesmo durante a gestação, eles podem ser observados a partir do sexto mês por meio de exames de imagem, como a ecografia e a ultrassonografia. Testes de DNA em amostras do líquido amniótico nem sempre são necessários para fechar o diagnóstico” explica.

O médico explica que é necessário estabelecer o diagnóstico diferencial da acondroplasia com outras formas de nanismo que também provocam baixa estatura e encurtamento dos membros.

“Quanto mais cedo ele for feito, melhores serão os resultados do acompanhamento clínico que deve ser multidisciplinar, respeitando as peculiaridades de cada quadro. O nanismo pituitário tem tratamento, que deve iniciar tão logo esteja claro o diagnóstico, uma vez que é possível corrigir pelo menos parte das doenças de base responsáveis pelo atraso no crescimento” ressalta.

Tratamento

O tratamento pode estender-se por vários anos e deve ser acompanhado de perto por um médico especialista na área, porque podem ocorrer reações adversas ao uso medicamento.

O diagnóstico pode iniciar ainda nos exames do pré-natal (Foto: Divulgação)

O hormônio do crescimento integra a lista de medicamentos de alto custo que são distribuídos gratuitamente pelo SUS, o Sistema Único de Saúde, desde que a pessoa comprove que tem indicações médicas precisas para a reposição hormonal. Os planos de saúde não costumam cobrir esse tipo de despesa.

Ainda não existe um tratamento específico que possibilite reverter o quadro de acondroplasia. Algumas correntes médicas defendem o uso do hormônio de crescimento para aumentar o tamanho dos ossos da criança com acondroplasia. No entanto, os efeitos dessa conduta ainda são questionados.

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