Quem pensa que o Novembro Azul é dedicado apenas ao público masculino adulto, engana-se. Existe também a campanha Novembrinho Azul como alerta aos pais para identificar determinados problemas de saúde como a fimose e o testículo recolhido nas crianças.
Conforme explicou o médico cirurgião pediátrico, André Coelho, em Roraima, o Novembrinho Azul, ainda é pouco conhecido, mas os problemas podem inferir na vida adulta do ser humano.
O médico cirurgião citou que algumas doenças podem passar despercebidas como o testículo descido. O testículo na formação embrionária é formado dentro da barriguinha do neném, próximo ao rim.
“E ao longo da gestação ele vai descendo para ficar na bolsa escrotal. Se o neném nasce sem o testículo na bolsa escrotal, o pediatra e cirurgião pediátrico devem acompanhar, e se não descer espontaneamente até seis meses de idade, a criança deve ser submetida a uma cirurgia para tentar se colocar o testículo no lugar”, relatou André Coelho.
O não tratamento pode causar riscos no futuro. “Porque um testículo que não esteja na bolsa, ele está sofrendo devido à diferença de temperatura, ele vai sofrer primeiro a parte responsável pela reprodução, ou seja, aquele testículo pode ficar estéril, e o menino pode ter dificuldade para ter filhos e posteriormente o testículo que não está na bolsa escrotal começa a sofrer também na sua parte de produção hormonal”, alertou.
“No caso dos meninos, o testículo é responsável principalmente pela testosterona que é responsável pela formação das características secundárias sexuais masculinas, que seria a mudança de voz do menino. E se não estiver no lugar certo a tendência é que não faça essa reprodução”, comentou.
O médico também falou sobre o que é a fimose, como ocorre em meninos e a importância de buscar um tratamento adequado.
Segundo o médico a fimose é a incapacidade da glande peniana. “É quando ela está totalmente coberta pelo prepúcio que é aquele excesso de pele e você não consegue fazer a exposição adequada da glande, você não consegue retrair o prepúcio”, afirmou.
O médico citou que ocorrem dois tipos de fimose que é a fisiológica e a patológica.
“Em meninos a aderência abala a pele do prepúcio que é a pele grudadinha na glande a principio ela é fisiológica, ou seja, ela é normal principalmente até os dois anos. Inclusive nós não realizamos tratamento se estiver ocorrendo tudo bem. Após os dois anos já se espera que comece a abrir e que a glande comece a ser exposta gradativamente. O que pode se tornar uma fimose séria é a patológica, que seria a inflamação do prepúcio da glande fica vermelhinho, inchado e doloroso”, alertou.
O médico André Coelho é cirurgião pediátrico (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
O tratamento, segundo o médico André Coelho, pode ser realizado dependendo do grau que a fimose está e depende se essa fimose tá trazendo complicações.
“Um paciente de quatro anos que já consegue expor metade da glande e está só com uma aderência bálano-prepucial esse a gente só pode passar a pomada, os pais levam no consultório ou no ambulatório e nós podemos fazer um tratamento só com a pomada”, afirmou.
Ele alerta também sobre a importância dos pais procurarem um médico e não fazerem a famosa “massagem”, pois pode causar problemas na criança.
“Quero dizer que tem que ser avaliado por um pediatra e este pode encaminhar para a cirurgia pediátrica para poder ser feito uma avaliação e ser proposto um melhor tratamento”, comentou.
Jà conhece o Guia de Saúde da Folhabv? Os melhores profissionais de saúde já estão em Roraima e você os encontra aqui.