Novo centro de saúde indígena será construído em Surucucu para atender o povo Yanomami

O novo centro, que contará com 54 profissionais de saúde, visa reformar e ampliar as instalações atuais e incluir novas edificações para alojamento, refeitório e cozinha

O investimento total para o projeto é de R$ 23 milhões, sendo R$ 15 milhões fornecidos pelo Ministério da Saúde e R$ 8 milhões pela Central Única das Favelas (CUFA) e pela ONG alemã Target Reudiger Nehberg. (Foto: Walterson Rosa /MS)
O investimento total para o projeto é de R$ 23 milhões, sendo R$ 15 milhões fornecidos pelo Ministério da Saúde e R$ 8 milhões pela Central Única das Favelas (CUFA) e pela ONG alemã Target Reudiger Nehberg. (Foto: Walterson Rosa /MS)

Surucucu, Roraima, receberá um novo centro de referência de saúde indígena. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, participará da cerimônia de lançamento das obras nesta terça-feira (27), por meio de videoconferência, devido às condições meteorológicas que impediram o pouso da aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) na região.

O investimento total para o projeto é de R$ 23 milhões, sendo R$ 15 milhões fornecidos pelo Ministério da Saúde e R$ 8 milhões pela Central Única das Favelas (CUFA) e pela ONG alemã Target Reudiger Nehberg. O novo centro, que contará com 54 profissionais de saúde, visa reformar e ampliar as instalações atuais e incluir novas edificações para alojamento, refeitório e cozinha. Também serão instalados sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário e tratamento de resíduos, além de recursos materiais e tecnológicos para assegurar a qualidade do atendimento.

(Foto: Walterson Rosa /MS)

Contexto e impacto

De acordo com a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), a construção do centro visa não apenas melhorar os serviços de saúde, mas também reforçar o compromisso com a proteção e o desenvolvimento sustentável das ações para as comunidades indígenas. O Polo Base Surucucu, onde o novo centro será erguido, é um local estratégico para a preservação cultural e saúde das comunidades Yanomami, demarcado como Território Indígena Yanomami em 1992.

O Território Yanomami, que abrange 10 milhões de hectares e mais de 390 comunidades, enfrentou desafios na saúde indígena entre 2019 e 2022. Segundo o Ministério da Saúde, desde janeiro de 2023 foram adotadas diversas ações emergenciais para reestruturar a saúde na região. Os dados mais recentes indicam uma redução de 33% no número de mortes no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Essa redução inclui quedas significativas em desnutrição (-71%), infecções respiratórias agudas (-59%) e malária (-50%).

Além disso, segundo o ministério, o número de profissionais de saúde no território aumentou em 116%, passando de 690 no início de 2023 para 1.497 atualmente. O número de exames realizados e as campanhas de imunização também mostraram avanços notáveis. Em 2024, houve um aumento de 83,1% no número de exames e de 47,5% nas doses de imunização de rotina, além de um aumento de 105% nas doses aplicadas em campanhas.

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