O simples ato de engolir alimentos é algo tão rotineiro que acontece de forma automática e só a percebemos o que estamos fazendo quando sentimos desconforto ou dor durante o processo. E hoje, 20, é o Dia Nacional de Atenção à Disfagia, uma condição qual a pessoa tem dificuldade para engolir alimentos sólidos e até mesmo a própria saliva.
A disfagia se caracteriza pela dificuldade em transportar o bolo alimentar da boca até o estômago, podendo ser causada por diferentes fatores, tais como infecções, lesões resultantes da ingestão de produtos químicos, abcessos retro faríngeos ou tumores.
E visando a importância da informação para a população, profissionais promoveram uma mesa redonda especial aos pais de crianças que passam pela condição. O principal objetivo é de que o indivíduo esteja atento aos sinais de disfagia e busque ajuda médica o quanto antes para um diagnóstico correto e tratamento adequado.
O otorrinolaringologista, Dr. Ivan Machado, é um dos idealizadores do Ambulatório para o tratamento da disfagia e conta que a iniciativa foi concebida através de uma necessidade.
“O paciente Antônio Lourenço, tinha apenas 4 anos quando chegou conosco, ele já havia passado por uma traqueostomia e uma gastrostomia, e não tínhamos um local especializado para este tipo de tratamento, foi então que tivemos essa ideia”, conta Ivan.
QUAIS OS SINTOMAS?
As pessoas que sofrem de disfagia podem apresentar dificuldade para engolir, engasgamento, regurgitação nasal, fala anasalada, tosse ou redução do reflexo da tosse, e mau hálito.
E lado a lado ao otorrino, os fonoaudiólogos são um dos principais profissionais na hora de tratar a condição. A profissional e uma das idealizadoras, Manoela Gomes, alerta sobre a condição ainda na primeira infância.
“Crianças e principalmente crianças neurológicas possuem altos riscos de apresentar a disfagia, entre os sintomas mais comuns são a tosse, engasgo, escape de alimentos e variam, dependendo do caso”
E AS CAUSAS?
O problema pode ser desenvolvido tanto por adultos quanto por crianças. Em crianças por exemplo, a patologia pode se desenvolver por causa de processos infecciosos e inflamatórios que obstruem as vias aéreas, prejudicam a respiração nasal e o processo de deglutição, ou neurológicas. Além disso, o parto prematuro, nascer com baixo peso, doenças congênitas, asfixia perinatal, internação prolongada, realização de cirurgias nos primeiros meses de vida, e passagem pela UTI neonatal, podem ocasionar a condição.
A mãe do pequeno Carlos Gabriel de 2 anos, Eduarda Fianco, conta com alegria e evolução que o filho está tendo.
“Para mim é uma felicidade, gratificante, esperei muito tempo pra que ele se alimentasse pela boca e agora ele está iniciando essa nova etapa”, afirma ela com alegria.
Já Keila Pillo, mãe do Benjamin conta que o filho irá iniciar o tratamento em breve, após um diagnóstico de emergência.
“Primeiramente estou muito feliz em poder aprender aqui, há pouco tempo fui a emergência porque ele não engolia a comida, tinha muita dificuldade em deglutir, então o médico disse que ele precisaria de tratamento e me encaminhou para o Ambulatório. E agora 10 de abril vamos iniciar graças aos profissionais daqui”, conta.
Profissionais como otorrinos, fonoaudiólogos, nutricionistas, pediatras e fisioterapeutas também participaram da mesa redonda, como a Dra. Sandra Mota, Dr. Eugênio Patrício, Jessica Mesquita e Luciana Pacobahyba.
AMBULATÓRIO
O Ambulatório de Disfagia foi criado em setembro do ano passado e funciona nas segundas-feiras das 8h ao 12h no Hospital da Criança Santo Antônio.
VEJA VÍDEO: