Obra da unidade de saúde indígena do Hospital Universitário será concluída em fevereiro, diz Ebserh

O vice-presidente da Ebserh, Daniel Beltrammi, disse que o fornecimento do serviço ao público iniciará ao final de maio

Projeto da Unidade de Retaguarda Hospitalar dos Povos Indígenas do Hospital Universitário da UFRR (Foto: Divulgação)
Projeto da Unidade de Retaguarda Hospitalar dos Povos Indígenas do Hospital Universitário da UFRR (Foto: Divulgação)

As obras da Unidade de Retaguarda Hospitalar dos Povos Indígenas (URHPI), a primeira do Brasil, do Hospital Universitário da Universidade Federal de Roraima (HU-UFRR) serão concluídas no fim de fevereiro e, em seguida, será iniciada a instalação do serviço ao público indígena. A informação foi divulgada pelo vice-presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Daniel Beltrammi, à FolhaBV.

Conforme Beltrammi, o espaço contará com enfermarias duplas, leitos de isolamento para doenças infecciosas e espaços voltados à medicina tradicional indígena. Intérpretes estarão à disposição para facilitar a comunicação entre as equipes assistenciais e as 16 etnias indígenas atendidas. Ainda, haverá o chamado ‘Centro Tradicional da Medicina Indígena’, um espaço onde as comunidades poderão praticar e preservar seus saberes culturais e espirituais.

“É um ambiente hospitalar preparado para dar aos povos originários o cuidado da forma como eles precisam, com base nos seus costumes, nas tradições e na forma de se relacionarem entre si. Isso nos ajudará não só a superar as barreiras da língua, mas a integrar todas as questões deles, desde a refeição e banheiros, aos rituais”, explicou.

O vice presidente da Ebserh, Daniel Belammi, concedeu entrevista à FolhaBV (Foto: Fernanda Vasconcelos/FolhabV)

Ao todo, o Hospital Universitário contará com mais de 220 leitos, sendo seis salas cirúrgicas, 20 Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e 36 voltados exclusivamente para a saúde indígena. A previsão dada pelo vice-presidente é de que seja iniciado o fornecimento do serviço ao público ao final de maio.

“Essa será apenas a primeira a etapa de fortalecimento do Hospital Universitário. A próxima será a construção de um bloco hospitalar novo. Já temos 35 servidores contratados, que começarão a trabalhar no início de fevereiro. Estamos, também, com um concurso nacional aberto, com vagas para o Hospital Universitário da UFRR”, afirmou.

Ao mencionar a crise humanitária na Terra Indígena Yanomami (TIY) e a crise migratória venezuelana, Beltrammi destacou que o hospital servirá como um polo de articulação para o desenvolvimento do Sistema Único de Saúde de forma transnacional, em razão da tríplice fronteira do Brasil com a Venezuela e a Guiana.

“Nada mais importante do que produzir um ensino de saúde devotado às necessidades da população. Esse hospital será a porta de entrada para um conjunto de parcerias, como com a Organização Panamericana de Saúde, uma das responsáveis por interagir com o sistema de saúde da Venezuela e Guiana”, pontuou.