A busca incessante pela estética ideal tem levado muitas pessoas a recorrerem a procedimentos invasivos e tratamentos controversos. Recentemente, o “Chip da Beleza”, um implante subcutâneo de gestrinona, tem ganhado destaque entre os tratamentos estéticos, prometendo benefícios como perda de peso, aumento da libido e melhoria da pele. No entanto, pesquisas científicas apontam uma série de riscos associados ao uso desse implante.
O “Chip da Beleza”, como é popularmente conhecido, na verdade, não é um chip, mas um pequeno implante que libera, de forma constante, o hormônio gestrinona. Tradicionalmente, a gestrinona é utilizada no tratamento de endometriose, uma doença ginecológica. Quando usada para fins estéticos, a substância pode trazer uma série de complicações.
Estudos publicados em revistas científicas como o “Journal of Endocrinology and Metabolism” destacam que a gestrinona, quando usada fora de sua indicação original, pode causar efeitos colaterais graves, como alterações hepáticas, aumento do risco de trombose e problemas cardiovasculares. Além disso, o uso prolongado do hormônio pode desencadear um desequilíbrio hormonal, levando a irregularidades menstruais, acne e aumento da oleosidade da pele.
Em alerta da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a endocrinologista, Dra. Helena Martins, fala sobre a falta de estudos de longo prazo que comprovem a segurança do uso da gestrinona para fins estéticos: “É preocupante ver como procedimentos ainda não totalmente compreendidos estão sendo adotados sem a devida cautela. O ‘Chip da Beleza’ pode trazer mais malefícios do que benefícios, e é fundamental que as pessoas estejam informadas e consultem especialistas antes de tomar decisões.”
Dada a complexidade e os potenciais riscos do implante de gestrinona, é essencial que os interessados busquem informações confiáveis e ponderem cuidadosamente os prós e contras antes de se submeterem ao procedimento. A saúde deve sempre ser priorizada em detrimento de tendências estéticas passageiras.